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'Banco Central de Portugal expulsa família Espírito Santo', diz El País

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O jornal espanhol El País publicou uma reportagem  nesta sexta-feira (1) sobre  Banco de Portugal  (Banco Central) estar aplicando sanções sobre o Grupo Espírito Santo. “Primeiro, eles foram retirados da gestão do banco, e agora tiraram o seu direito de voto. A família Espírito Santo foi expulsa do banco que leva seu nome”, diz a publicação.

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 O BC tomou esta decisão depois de saber da perda de 3.577 milhões de euros no segundo semestre. Em um comunicado divulgado na última quinta-feira (31), o BCremoveu a votação da família Espírito Santo, através do seu grupo ESFG ,que ainda detém 20,1% das ações da empresa. A decisão foi refletida rapidamente nos mercados financeiros: ações do grupo caíram 45%.

 O presidente do  BC, Carlos Costa também decidiu "suspender, com efeito imediato, os membros dos órgãos de administração com responsabilidades de auditoria e gestão de riscos, bem como aos titulares dos órgãos de fiscalização." Esta suspensão afeta os atuais administradores Rui Silveira e Joaquim António Souto. Eles serão substituídos por pessoas no escritório até que os acionistas proponham  novos gestores na próxima assembleia geral.

 O supervisor também decidiu nomear um comitê de supervisão com pessoas da PriceWaterhouse Coopers, até que os acionistas promovam a substituição de membros da auditoria.

A intervenção do BC, no coração de executivo do Banco Espírito Santo é uma intervenção estatal absoluta, tendo em vista as perdas do banco e indícios de irregularidades nas suas finanças.

 O BC também pede que o administrador atual, Vítor Bento, apresente um plano o mais rápido possível para aumentar o capital, visto que seu rácio de solvência (capacidade de resolver os seus encargos de dívida a longo prazo) é de 5%  no momento, abaixo do mínimo que aconselham as autoridades europeias, que é de 9%.

 O BC não descarta que, uma vez que a auditoria esteja concluída, possam haver evidências criminais contra membros do antigo conselho de administração, principalmente contra os dois altos executivos Ricardo Salgado e Amilcar Morais Pires. Tanto o administrador atual, Bento, quanto esses outros dois poderiam ser levados aos tribunais.

 Com essas perspectivas, às dez horas começou a negociação das ações do banco e o afundamento foi instantâneo. Caiu como 51%,  sendo negociado a € 0,17 por ação. Em seguida, recuperou-se 24%.