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Global Times: países do Brics devem fortalecer laços sociais

Em artigo, jornal destaca a necessidade de uma maior ligação entre os países do bloco econômico

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Em artigo publicado nesta quarta -feira (30), o jornal The Global Times destacou a necessidade dos países que compõem o Brics (Brasil, Índia, China, Rússia e África do Sul) de melhorarem o poder de influência entre si.  O artigo destacou a VI Conferência da Cúpula dos Brics, que aconteceu durante o mês de julho em Fortaleza, no Ceará, e chamou a atenção para a pouca atenção dada pela imprensa para o evento e, posteriormente, à passagem do presidente da China Xi Jinping no Brasil.

Durante a conferência foi assinado o acordo para a criação de um banco de desenvolvimento e o tratado para a constituição do Arranjo do Contingente de Reservas. O objetivo do bloco, segundo o Global Times, é que o banco possa se tornar uma alternativa ao FMI e ao Banco Mundial para que outros países em desenvolvimento possam obter recursos.

O jornal destacou também que a criação do banco unirá financeiramente os países do BRICS.“O banco possibilitará que os cinco países terão condições mínimas de promover seu desenvolvimento e lidar com crises financeiras”, destacou.

O Global Times ressaltou ainda que a viagem do presidente Xi Jinping ao Brasil não foi uma questão trivial, porque, afinal, os dois países têm uma parceria estratégica em andamento com a Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Coordenação e Cooperação (Cosban). O autor do artigo destacou que, para o Brasil, a China não é apenas a segunda maior economia global do mundo, mas também seu maior parceiro comercial.

Críticas

No entanto, segundo o autor do artigo, a imprensa brasileira não deu atenção suficiente a conferência e nem a visita do presidente chinês ao país após o evento. O artigo aponta como justificativa questões políticas internas, como as eleições que tem tomado os principais veículos de comunicação brasileiros. Segundo o jornal “o governo e a imprensa estão longe de uma relação pacífica durante o período eleitoral”.mas que isso não parece ser uma justificativa cabível.

O autor toma como exemplo a visita do presidente Barack Obama ao Brasil, em 2011, que não trouxe grandes resultados para política brasileira, e a grande cobertura da imprensa. Segundo ele a, durante a passagem do presidente dos EUA, ele foi tratado quase como uma celebridade pela imprensa. No entanto, o Brasil não conseguiu apoio para seu pedido de se tornar membro permanente no conselho de segurança da ONU, além de não ter negociado nenhum acordo comercial relevante. O autor destaca ainda a descoberta posterior de que a presidente Dilma Roussef estava sendo espionada pela NSA.

Para o autor do artigo, a visita do presidente chinês foi muito mais produtiva e aproximou os dois países. Mas, a fim de desenvolver laços mais fortes e mais profundos com o Brasil, ele ainda pode ir mais longe e se comunicar diretamente com o povo brasileiro, melhorando a imagem da China, aumentando seu poder de influência e construção de um vínculo mais forte de amizade, que beneficiaria os dois países.

O artigo destaca que, dada a falta de conhecimento cultural e social que os dois países tem entre si, é necessário que haja um esforço diplomático que traga união entre os povos chinês e brasileiro. O autor aponta que o presidente chinês pode ser o homem certo, no momento certo e que tem o carisma necessário para contribuir com o fortalecimento dos laços entre Brasil e China.

O jornal conclui que “aumentar o capital político através da influência é algo que não apenas o presidente chinês, mas todos os líderes dos BRICS devem tentar fazer” e que há muito a ser feito em termos de construção de laços sociais entre os países do bloco.