ASSINE
search button

'Real Clear World': Brasil deve liberar economia

Mídia internacional faz análise sobre cenário brasileiro

Compartilhar

Nesta quinta-feira (3) o Real Clear World publicou matéria intitulada "Which Path Will Brazil Choose?" (Que caminho o Brasil escolherá?), discutindo uma possível solução para o Brasil: liberar sua economia. A reportagem começou relembrando a boa reputação e o crescimento econômico do país desde 2007, quando foi escolhido para sediar a Copa do Mundo, passando por 2009, ao ser premiado com as Olimpíadas, até 2010, ano em que experimentou um crescimento de 7,5%, o maior desde a década de 80. Em seguida, foi feito um contraponto com o momento atual do Brasil, ao afirmar que a euforia de antes agora parece distante. Um dos exemplos citados foi o recente rebaixamento da nota do Brasil pela Standard & Poor's, maior agência de classificação de risco. O autor do texto, Jamie Daremblum, também destacou os atrasos, acidentes de trabalho e desperdício de dinheiro na construção dos estádios para a Copa. 

O texto colocou os protestos em massa em junho do ano passado exatamente como consequência dos altos custos da Copa e das Olimpíadas e apontou como a gota d'água o aumento nas passagens de ônibus. Os brasileiros teriam marchado pelas ruas expressando sua frustração com a inflação, crime, corrupção e péssimos serviços públicos. Segundo o autor, os protestos foram um sinal de que a sociedade brasileira vem mudando, pois a maioria dos manifestantes pertence à classe média, que estaria colocando mais expectativa no governo e sendo mais intolerante. Uma parte desta expectativa seria direcionada para as autoridades, responsáveis por reduzir a violência e frear a brutalidade da polícia. 

A reportagem trouxe à luz, ainda, a separação entre os membros da Aliança do Pacífico (México, Colômbia, Peru e Chile) e os maiores membros do Mercosul (Argentina, Brasil e Venezuela). Enquanto os primeiros estariam liberando suas economias e assinando tratados de livre comércio, os segundos continuariam sendo "teimosamente protecionistas e estatistas". Indo além, a reforma no Brasil deveria começar pela política fiscal, já que os impostos cobrados seriam do mesmo nível da Europa, apesar de que os serviços públicos oferecidos não seriam nada semelhantes com os do Velho Continente. As pensões também foram citadas como um problema: o país estaria gastando a mesma quantidade de dinheiro que o sul da Europa, região na qual vivem três vezes menos idosos. Outra questão discutida foi a falta de infra-estrutura.

De acordo com a matéria, a presidente Dilma Rousseff começou a atacar o déficit na infra-estrutura por meio de uma série de ações bem sucedidas, visando atrair o investimento privado. Ela também teria se colocado fortemente contra a corrupção. Entretanto, sua notável intervenção na economia teria sido decepcionante. O jornalista concluiu a reportagem defendendo que o Brasil deve realizar reformas para abrir sua economia e aumentar seu crescimento. O desafio seria construir uma coalizão política a favor destas mudanças.