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Em menos de 100 dias, Brasil já perdeu mais de R$ 100 bi com sonegação

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O placar da sonegação fiscal volta à capital federal nesta quinta-feira (20) para mostrar o quanto o Brasil deixou de arrecadar desde o dia 1º de janeiro. O estudo mostra que em menos de 100 dias, o país deixou de arrecadar mais de R$ 106 bilhões. Os dados fazem parte da campanha “Quanto custa o Brasil pra você?”, realizada pelo Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional (Sinprofaz). No ano de 2013, o contador fechou o ano marcando uma perda de R$ 415 bilhões para os cofres públicos.

De acordo com o presidente do Sinprofaz, Heráclio Camargo, as pessoas precisam entender que todo mundo perde com a sonegação fiscal. “Estamos sempre falando sobre a alta carga tributária, mas também precisamos discutir o efetivo combate à sonegação e um sistema de cobrança mais justo para com os que ganham menos”, afirma. 

Para se ter uma ideia, com o valor que deixou de ser arrecadado até o momento seria possível construir 3.563 presídios de segurança máxima, distribuir 1,5 milhão de Bolsas-Família ou equipar 3 milhões de postos de saúde.

Um dos objetivos da campanha “Quanto custa o Brasil pra você?” é justamente chamar a atenção da população para o desequilíbrio nos mecanismos de cobrança do Governo. “A mesma administração que comemora um recorde de arrecadação – foram R$ 123 bilhões só no primeiro mês do ano, de acordo com a Receita Federal – já deixou de recolher quase que o mesmo valor por não cobrar de maneira mais eficaz os grandes devedores de impostos”, explica o presidente do Sindicato.

O estudo encomendado pelos procuradores da Fazenda mostra que se não houvesse sonegação fiscal, o peso da carga tributária poderia ser reduzido em 28,2% e ainda sim, manter o mesmo nível de arrecadação. “O Sonegômetro foi a forma que encontramos para mobilizar e esclarecer a sociedade sobre os impactos da sonegação fiscal no Brasil. O dinheiro que poderia ser investido na saúde ou na educação está indo pelo “ralo” porque a administração pública faz vista grossa para os grandes devedores e, com isso, sacrifica cada vez mais os pobres e a classe média”, ressalta Heráclio Camargo.