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Amorim: uso de turbina americana não é empecilho para futuro do Gripen

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O ministro da Defesa, Celso Amorim, afirma não ver problema no fato de o Gripen NG, avião caça escolhido pelo Brasil no projeto F-X2, usar uma turbina americana. A composição de aeronaves com peças provenientes dos Estados Unidos pode fazer com que a exportação de aeronaves seja vulnerável ao humor de Washington.

"Claro que sabemos que a turbina é norte-americana e é importante", afirmou o ministro, ponderando que a peça "não é, do ponto de vista técnico, o coração do avião".

Em 2005, a Embraer firmou um contrato com a Força Aérea da Venezuela no valor de R$ 169,7 milhões para a venda do modelo Super Tucano. O contrato foi barrado pelos Estados Unidos, que tinha o mandatário Hugo Chávez como desafeto.

Amorim alegou que a presença da turbina americana não preocupa, uma vez que a relação com os EUA são boas. "Não temos intenção nenhuma de deixar de ter relações com eles", disse o ministro. "Temos uma boa relação com os Estados Unidos. Diariamente compramos partes para outros aviões. Não há nenhum temor", garantiu o ministro.

Brasil escolhe Saab Gripen NG

Celso Amorim anunciou nesta quarta-feira que o projeto F-X2 para aquisição de novos caças pelo Brasil foi vencido pela sueca Saab, com o modelo Gripen NG. As discussões sobre a aquisição de 36 aeronaves de combate se arrastam por mais de dez anos e a decisão vinha sendo adiada sob argumento de falta de orçamento. Segundo Amorin, a compra totalizará um gasto de US$ 4,5 bilhões (R$ 10,47 bilhões) até 2023.

"Depois das análises e estudos feitos, a presidente Dilma me incumbiu de informar que o vencedor do certamente para a aquisição de 36 caças para a FAB é o avião sueco Gripen NG", anunciou Amorim.

O Gripen NG era finalista do projeto de compra junto com o francês Rafale (Dassault) e com o americano F-18 Super Hornet (Boeing). Um dos fatores que mais pesaram na escolha brasileira pelo Gripen NG foi a transferência de tecnologia. "A escolha levou em conta performance, transferência efetiva de tecnologia e custo, não só de aquisição, mas de manutenção. A decisão de baseia no melhor equilíbrio desses fatores", argumentou o ministro da Defesa.

As autoridades brasileiras garantem que a oferta sueca prevê 100% de transferência de tecnologia. "É o avião completo. Quando terminar o desenvolvimento, teremos propriedade intelectual a esse avião. Acesso a tudo", afirmou o comandante da Aeronáutica, Juniti Saito. Na prática, é a liberdade para que o País produza novos modelos.

Segundo Saito, o primeiro lote de caças Gripen NG - a serem produzidos em parceria entre a sueca Saab e a brasileira Embraer - deverão compor os esquadrões brasileiros em cinco anos. O primeiro lote deverá ter de três a seis aeronaves. "Em 48 meses depois da assinatura do contrato, deverão estar chegando os aviões", afirmou Saito. Nas previsões de Amorim, as negociações em torno do contrato levarão de dez a 12 meses.

Saito afirmou que, após entregue o primeiro lote, a entrega anual deverá ser de 12 aviões. O contrato, no valor de US$ 4,5 bilhões (R$ 10,47 bilhões), é para um total de 36 unidades.