A companhia de petróleo do grupo de Eike Batista, OGX Petróleo e Gás Participações S.A., arrematou 13 blocos no primeiro leilão de blocos de petróleo em cinco anos. Apesar da crise da empresa, os blocos, que arrematou sozinha ou em parceria, chegam a um valor acima de R$ 300 milhões.
A OGX, que vinha enfrentando dificuldades de caixa, conseguiu participar do leilão devido à parceria com as empresas Total, ExxonMobil e Queiroz Galvão Exploração e Produção. A companhia adquiriu os direitos de concessão sobre sete blocos exploratórios em águas profundas e dois blocos exploratórios em águas rasas localizados na Margem Equatorial, além de quatro blocos terrestres situados na Bacia do Parnaíba.
Entre os arrematados pela OGX está o bloco CE-M-663, na bacia do Ceará, por R$ 70 milhões, como informou a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), regulador do setor que promoveu a 11ª rodada de áreas de exploração realizada na última terça-feira (14).
Em consórcio com a ExxonMobil, a empresa arrematou o bloco CE-M-603 por R$ 45,8 milhões, e em conjunto com a Queiroz Galvão e a Total, a OGX venceu a disputa pelo bloco CE-M-661 por R$ 40,4 milhões.
Segundo a ANP, a 11ª Rodada de Licitação da agência terminou com arrecadação recorde nesta terça-feira, um dia antes do previsto, alcançando R$ 2,8 bilhões (1,4 bilhão de dólares). O montante supera os R$ 2,1 bilhões arrecadados na 9ª Rodada de Licitação, feita em 2009.
Na parte da manhã, antes do início do pregão, a diretora-geral da ANP, Magda Chambriard, havia estimado que o leilão iria render cerca de R$ 2 bilhões. A ANP licitou seis dos 11 blocos ofertados na Bacia do Ceará, arrecadando total de R$ 279,2 milhões. Na bacia, há potencial para descoberta de óleo leve.
No total, 64 empresas de 21 países de cinco continentes disputaram as reservas estimadas em 9,1 bilhões de barris, de acordo com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis.
Veja as outras empresas que se destacaram no leilão:
Total
A francesa se destacou nos leilões das áreas da bacia da Foz do Amazonas, grande aposta das petroleiras. A empresa ofereceu a maior oferta do leilão, de quase R$ 346 milhões, para operar um bloco em parceria com Petrobras e BP. A Total venceu ainda mais quatro concessões na região.
BG
Considerada "uma grande vencedora" do leilão, nas palavras de Magda Chambriard, a companhia se empenhou na bacia de Barreirinhas, com vitória de seis concessões, três delas em parceria com Petrogal e Petrobras. A britânica venceu lances por dez blocos.
Petrobras
A estatal brasileira garantiu a concessão de pelo menos 30 blocos exploratórios, incluindo as áreas onde participou em parceria. A empresa é também sócia do consórcio que apresentou o maior lance do leilão, de quase R$ 346 milhões, por um bloco na bacia do Foz do Amazonas.
Petra Energia
Outra nacional demonstrou grande interesse nas áreas da bacia do Parnaíba: a Petra Energia. Ela venceu a concessão de ao menos nove blocos naquela região. A petroleira também se destacou nos leilões da nova bacia de Tucano, vencendo sozinha 15 dos 21 blocos arrematados daquele espaço.