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Alheio ao baixo crescimento da economia, comércio continua crescendo

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O comércio varejista brasileiro continua registrando índices positivos, mesmo com o fraco desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) e das ameaças de inflação. Em janeiro, o movimento dos consumidores nas lojas em todo o país avançou 1,5% em comparação ao mês imediatamente anterior, já descontados os efeitos sazonais. Na comparação com o mês de janeiro de 2012, a alta foi de 13,8%, a maior neste critério de equiparação desde agosto de 2008. Os dados são do Indicador Serasa Experian de Atividade do Comércio.

A alta foi impulsionada pelo bom desempenho do segmento de veículos, motos e peças, que registrou crescimento de 10,8% frente a dezembro, também livre das influências sazonais. As promoções realizadas por várias redes de concessionárias de veículos com os seus estoque, mantendo o IPI reduzido, atraíram os consumidores às lojas especializadas. A partir do último dia 31, a previsão era de o imposto subir. 

"Este foi um fenômeno bem pontual, atípico, que influenciou bastante o índice geral do varejo nacional. Outro fator importante que acabou adicionado na conta foi o desempenho do setor de bens duráveis, que também apresentou forte aumento, devido a liquidações das lojas por todo o país", analisa Luiz Rabi, economista da Serasa Experian. A venda de bens duráveis cresceu 9,7% no último mês. 

Já os setores de tecidos, vestuário e calçados e o de material de construção registraram expansões mais modestas em janeiro, crescendo 3,1% e 4,2%, respectivamente, frente ao último mês do ano passado. O segmento de supermercados, hipermercados, alimentos e bebidas manteve o mesmo patamar de movimentação no mês de janeiro/13 em comparação ao verificado em dezembro/12.

A expansão do mercado consumidor interno explica o desempenho positivo do comércio varejista nacional. "Este janeiro foi melhor do que o normal, não vamos ter crescimento de 13% todo o mês de 2013, mas estes números mostram um início promissor, com boas perspectivas. A inadimplência tem caído bastante e junto com os juros mais baixos, as pessoas estão voltando ao mercado de crédito e de consumo", afirma Rabi.

Ainda sim, o economista é cauteloso na hora de fazer previsões. "Esperamos um bom ano para o comércio, mas este fenômenos de janeiro não acontecem sempre. Não dá para precisar o ano todo apenas com os dados de um mês", conclui.