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Procon notifica Chery por não cumprir lei em recall de Tiggo 

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A Fundação de Proteção de Defesa do Consumidor (Procon-SP) notificou a montadora Chery Brasil por não divulgar o comunicado oficial do recall dos veículos Tiggo e Cielo, conforme exige a lei. A Chery convocou 12.462 proprietários brasileiros dos modelos Tiggo e Cielo para um recall devido a presença de pequena quantidade de amianto - substância que pode causar câncer se inalada - aplicada em componentes montados no motor. O recall vale para as versões hatch e sedan do Tiggo e do Cielo.

Segundo o Procon, estes anúncios devem trazer informações quanto a descrição dos produtos afetados - descrevendo a origem, modelo, chassis, período inicial e final de fabricação -, as providências a serem adotadas pela empresa para a substituição dos componentes afetados ou para a retirada imediata dos produtos do mercado, além de informações claras sobre o defeito do produto.

O órgão ainda afirma que a empresa deverá apresentar os esclarecimentos necessários, conforme determina o Código de Defesa do Consumidor, inclusive com informações claras e precisas sobre os riscos para o consumidor.

Entenda

Segundo a montadora chinesa Chery, o recall foi feito primeiramente na Austrália, após ser descoberto que alguns veículos continham quantidades de amianto em juntas de vedações de motores. A Chery afirma que no Brasil, a substância é encontrada na junta do coletor de admissão e escape para o Tiggo e da junta do coletor de admissão para o Cielo.

A montadora disse, em comunicado, que "não há risco algum para a saúde dos consumidores, pois nesse caso específico não ocorre fricção", mas advertiu para que proprietários não tentem consertar por conta própria essas partes dos veículos. A empresa promoverá treinamento especial para os profissionais que executarão as trocas nas unidades, "que pressupões nível específico de proteção".

Amianto

O amianto é uma fibra mineral natural, mais fina que um fio de cabelo. É usado como isolante térmico e enfrenta restrições em uma série de países. No Brasil, o uso do produto em escala industrial vem sendo avaliado pelo Supremo Tribunal Federal.

Na construção civil, é associada ao cimento e aplicada como revestimento e isolante em coberturas, telhados e galpões. Cerca de 2 milhões de t de amianto do tipo crisotila são consumidas no mundo anualmente. No Brasil, a legislação permite o uso controlado apenas desse tipo de amianto, proibindo os demais.

Apesar dos efeitos positivos do amianto para a economia nacional - o Brasil é o terceiro maior exportador mundial do tipo crisotila -, os efeitos da exposição ao material são contestados por órgãos de saúde e por entidades ambientais. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), um terço dos cânceres ocupacionais é causado pela inalação de fibras de amianto.