A saída de investidores estrangeiros do Brasil ajudou a derrubar o Ibovespa na última quinta-feira (24). No entanto, ao contrário do que tem sido especulado, a fuga do capital externo não se deve a desvalorização do real, mas a queda da taxa de juros promovida pela governo da presidente Dilma Roussef.
Atualmente em 9%, a Selic vem sendo reduzida nas últimas reuniões do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) e deverá atingir níveis históricos até o final de 2012.
Com esta redução, o capital especulativo que entrava no país para lucrar com o diferencial de juros (pegavam emprestado a taxas europeias, de 1% e reemprestavam no Brasil com a Selic), acabou fugindo do país.
Para o economista Paulo Gala, professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP), este movimento também é influenciado pela crise econômica, que se acentuou nas últimas semanas e levou os investidores a procurar mercados mais seguros.
"A taxa de juros influenciou muito esta saída, pois assusta os especuladores. Esta elevação da Selic contribui para economia como um todo, mas principalmente para a indústria nacional, porque fortalece os produtos, e para o consumir, que barateia o crédito. E tem mais dinheiro saindo também para buscar títulos mais seguros, por causa da crise", analisou.