ASSINE
search button

Educação financeira protege País da crise, diz presidente do BC

Compartilhar

Ao abrir um seminário sobre inclusão financeira nesta terça-feira, o presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, afirmou que a educação da população sobre gestão orçamentária doméstica ou de pequenos negócios ajuda a evitar impactos da crise no País. O presidente da autoridade monetária afirmou que o tema passou a ser prioridade do BC com a inclusão de novos clientes no sistema bancário brasileiro - pessoas que nunca tiveram conta corrente ou tomaram empréstimos.

"O alerta que a crise nos deu é que foi formada por tomada de riscos excessivos, tomada de crédito e demanda por crédito. Temos a resposta para prevenir o surgimento desses riscos. Temos buscado melhorar a qualidade das informações disponíveis aos potenciais clientes do sistema financeiro nacional", disse o presidente da autoridade monetária. Tombini explicou que a inclusão de novos clientes bancários é fruto do aumento do emprego com carteira assinada e da renda, que permitem um maior horizonte de planejamento financeiro.

Para Tombini, no entanto, é preciso ir além da orientação sobre como funciona a tomada de crédito e a cobrança de juros, por exemplo. Segundo o presidente do BC, é preciso criar produtos que tragam benefícios diretos a essa parcela da população que somente agora passou a ter acesso a contas e serviços bancários, que ajudem a gerir os pequenos negócios ou o orçamento familiar. Segundo ele, o investimento na educação financeira é capaz, inclusive, de reduzir as desigualdades sociais do País.

"A inclusão financeira, se desenvolvida de forma adequada, pode reduzir desigualdades e aumentar o desenvolvimento econômico do País. Ela contribui na gestão financeira de pequenos negócios, adoção ode políticas públicas com foco no incentivo ao empreendedorismo e agricultura familiar. Quanto maior a parcela da sociedade que usa o sistema financeiro, maior será, ao longo do tempo a eficácia da política monetária", afirmou.

Dados do BC mostram que, no ano 2000, 1,165 mil municípios brasileiros não tinham estabelecimentos com oferta de serviços bancários. Outros 2,240 mil só contavam com um ou dois pontos de atendimento. Em 2010, todas as 5,4 mil cidades brasileiras passaram a ter, pelo menos, um estabelecimento com oferta de serviços bancários.