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Bovespa destoa de avanço do País e bate mínima em 1 ano

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O principal índice de ações da bolsa paulista, o Ibovespa, alcançou 62.345 pontos no dia 13 de maio, seu menor nível em quase um ano, desde 16 de julho, quando estava em 62.339 pontos. A baixa pontuação sinaliza que o mercado não está conseguindo acompanhar o movimento de crescimento econômico robusto que o País vem apresentando desde 2010. Para especialistas, alta dos juros, empresas que dependem dos mercados internacionais e até mesmo acontecimentos políticos no Brasil explicam essa falta de sincronia.

Na opinião do analista da corretora Coinvalores Marco Saravalle, a economia brasileira está indo na contramão dos países do mundo desenvolvido, que encontram dificuldades para consolidar sua recuperação pós-crise mundial de 2008. "Apesar do cenário de inflação desconfortável e da baixa rentabilidade de empresas e investimentos, o mau humor do mercado externo tem mais influência negativa, principalmente nas empresas brasileiras com maior peso no Ibovespa, que dependem mais dos mercados internacionais", afirma. Só as ações preferenciais da Petrobras e da Vale possuem participação de 10% cada na composição do índice.

Saravalle vê potencial de alta do Ibovespa para o segundo semestre, mas recomenda apostar mais em papéis de empresas que não dependam tanto de mercados externos. Para Vale e Petrobras, por exemplo, o analista indica que as ações são boa opção, mas visando lucro de longo prazo.

"O investidor deve continuar a comprar as ações mais seguras, como Petrobras e Vale, mas pensar também a longo prazo e observar as oportunidades que o País oferece", diz.

Segundo a analista gráfica de renda variável da Prosper Corretora Silvia Zanotto, mais do que caminhar na direção contrária dos indicadores macroeconômicos do País, o Ibovespa tem se mantido estável, escapando de um intervalo de 3 mil pontos somente com eventos pontuais, tanto benéficos quanto maléficos.

Silvia diz que o índice vem flutuando entre 65 mil e 68 mil pontos desde novembro de 2009. "Em primeiro lugar, temos o perigo do contágio de crises de dívida nos países europeus após Grécia e Irlanda, como Espanha e Portugal. Internamente, a indefinição sobre se a taxa básica de juros sobe ou não e o escândalo do aumento do patrimônio do ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, também contribuem com o mau humor", afirma.

Se elevada sucessivamente, a taxa básica de juros (Selic) pode provocar uma saída de capital da bolsa para ser destinado ao mercado de renda fixa, já que seria mais vantajoso um investimento pagando em média 12% ao ano, taxa atual da Selic, do que um exposto às oscilações, como o mercado de ações.