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Lula: "Dona Dilma" e "Dom Guido" farão do Brasil 5ª economia

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quarta-feira que a "Dona Dilma" e o "Dom Guido" - referências à presidente eleita Dilma Rousseff e ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, - elevarão a economia brasileira para o posto de quinta maior do mundo. A declaração foi feita durante cerimônia de balanço dos oito anos do governo Lula, em Brasília.

Mesmo prevalencendo o tom de despedida, Lula encontrou espaço para cobrar o ministros Paulo Bernardo, do Planejamento, e Guido Mantega, da Fazenda, que, segundo ele, estão diminuindo o dinheiro disponível para investimentos. "Pensam que eu não estou me atinando. O dinheiro está ficando curto", brincou.

O presidente afirmou ainda que há 18 anos "não se construía um trilho" no Brasil. Isso ocorreu, segundo Lula, porque "houve um momento em que tentaram acabar com as ferrorias no País".

Logo em seguida, porém, o presidente ressaltou os investimentos feitos durante seu governo no setor, dizendo que a malha ferroviária foi acrescida em 6 mil km. "Paulo, se você liberar o dinheiro, sai mais", disse Lula, lembrando as recentes declarações do ministro, que defende cortes no Orçamento previsto para 2011.

 

 

"Dilma escolheu quem ela conhece", diz Lula sobre novo governo

Lula criticou a imprensa e negou ter participado da composição do ministério da presidente eleita Dilma Rousseff. O presidente afirmou que os nomes escolhidos para compor o futuro governo são mais próximos a Dilma e garantiu que não interferiu na composição do Ministério.

"Eles (ministros escolhidos por Dilma) são muito mais amigos da Dilma e foram mais na sala da Dilma do que na minha sala. A Dilma escolheu quem ela conhece", disse o presidente.

Lula também enalteceu a importância do vice-presidente José Alencar nas conquistas de seu governo e afirmou que Alencar está descansando para se preparar para posse de Dilma no dia 1º de janeiro. "Em nome dos meus ministros, quero agradecer ao meu companheiro José Alencar. Levarei para sempre a relação de amizade que nós travamos nesse governo."

Sobre o registro em cartório das ações de seu governo em cartório, Lula citou até o Wikileaks - site que publicou documentos secretos da embaixada americana - para elogiar o evento. "Vai estar disponível as coisas que nós fizemos, incluindo as coisas do Itamaraty. Não vai ter vazamento do Wikileaks porque nós vamos vazar antes", completou Lula.

 

 

Balanço do governo Lula destaca conquistas econômicas e sociais

O documento divulgado nesta quarta-feira durante a cerimônia de registro em cartório do balanço do governo Luiz Inácio Lula da Silva lembra que, já na campanha eleitoral de 2002, se evidenciava a necessidade de priorizar a questão social. O presidente Lula, ministros e outras autoridades participam da solenidade de apresentação do balanço, no Palácio do Planalto. Outras ações consideradas prioritárias, de acordo com o documento, eram a busca pela retomada do "crescimento econômico e a manutenção do controle da inflação, além da redução da vulnerabilidade externa, o desenvolvimento dos mercados e a reconstrução do sistema de financiamento".

O texto destaca ainda que, em meados de 2002, a Carta ao Povo Brasileiro "defendia um novo modelo, assentado em um novo contrato social, capaz de assegurar crescimento com estabilidade". Para afastar as ameaças à economia, havia a necessidade de se adotar compromissos, como respeito aos contratos e obrigações, preservar o superávit primário (economia para pagamento de juros da dívida), reduzir a vulnerabilidade externa e a taxa de juros, combinar o crescimento com políticas sociais consistentes e inovadoras, implementar programas prioritários contra a fome e a realizar reformas estruturais democratizantes e modernizadoras.

À época, informa o documento, também havia a necessidade de estimular a evolução da economia combinada com o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no País, e o emprego, a estabilidade macroeconômica e a redução da pobreza e da desigualdade.

Entre os dados utilizados para ilustrar a situação encontrada pelo governo estão a taxa de câmbio, que era de R$ 3,53 em dezembro de 2002; o risco país elevado, de 1.460 pontos; a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), em 12,5%; a dívida líquida do setor público em 60,6% do PIB; as reservas internacionais, que totalizavam apenas US$ 37,8 bilhões, sendo metade empréstimo no Fundo Monetário Internacional (FMI); e o desemprego ao final de 2002, que segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), era de 11,7%.

Como balanço da política monetária do início do governo até 2010, o documento mostra que, com as ações adotadas pelo governo, foi possível reduzir a taxa básica de juros (Selic) de 25% ao ano para 10,75% ao ano. A inflação medida pelo ÍPCA passou de 12,5% para algo próximo a 5%. O saldo de crédito bancário subiu de 22% para 46,2% do PIB e o spread (diferença entre a taxa de captação e a cobrada dos clientes) caiu de 31,1% para 24,3%. O prazo médio de crédito, segundo o documento, aumentou de 227 para 457 em dias corridos. Por outro lado, a inadimplência passou de 4% para 4,8%.