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Economista critica novas regras para reajustes do salário mínimo

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Agência Brasil

RIO - O economista José Márcio Camargo, da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), considerou negativa a previsão de aumento de gastos do Estado e a diminuição do superávit primário contidos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) lançado nesta segunda-feira pelo governo federal.

De acordo com o economista, as duas medidas tornam menos acentuada a trajetória de queda da relação dívida/Produto Interno Bruto(PIB). - O país ainda tem uma relação dívida/PIB muito alta, o que gera uma certa fragilidade na economia brasileira - afirmou.

O economista criticou também a regra de reajuste do salário mínimo, baseada no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) mais o crescimento do PIB.

- Isso fatalmente vai fazer com que os gastos previdenciários cresçam mais do que o PIB. Isso é um problema porque o Brasil já gasta 13% do PIB com Previdência. É recordista mundial nessa estatística - argumentou.

Márcio Camargo criticou a regra de indexação dos salários dos funcionários públicos pelo IPCA mais 1,5%.

- Eu acho que reajuste do salário do funcionário público deveria ser parte de uma política de recursos humanos do governo. E com essa regra, você simplesmente perde esse instrumento de política de recursos humanos.

Entre os tópicos positivos, ele citou o compromisso do governo, pelo menos em princípio, com o aprimoramento dos marcos regulatórios, em especial aqueles ligados à infra-estrutura e meio ambiente, além das agências reguladoras.

- O governo se comprometeu a mandar para o Congresso algumas propostas legislativas que melhorassem a questão do meio ambiente, que clarificassem as instâncias entre município, estado e governo federal. Acho que isso é um dado extremamente positivo.