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Saldo comercial cai 20% no ano

Balança comercial positiva de US$ 42,6 bilhões encolhe US$ 10,1 bilhões frente a 2017

Divulgação -
Saldos comerciais
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Sem qualquer interferência de exportação ou importação de plataformas de petróleo (que afetou a balança comercial desde junho), setembro fechou com superávit de US$ 4,971 bilhões, queda de 3,9% frente a setembro de 2017. Nos nove primeiros meses do ano, o aumento das importações em ritmo maior que o das exportações fez o superávit da balança comercial acumular saldo de US$ 42,648 bilhões, mas com queda de 19,9% em relação ao mesmo período de 2017 (US$ 53,258 bilhões).

Os números foram divulgados ontem pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC). Apesar do recuo, foi o melhor resultado histórico para o mês, só perdendo para os US$ 5,171 bilhões de setembro de 2017. No ano, as exportações somaram US$ 177,991 bilhões, aumento de 8,1% sobre os mesmos meses de 2017 pelo critério da média diária. A recuperação da economia fez as importações saltarem para US$ 135,343 bilhões, alta de 21,6% pelo mesmo critério.

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Saldos comerciais (Foto: Divulgação)

No resultado mensal, as exportações totalizaram US$ 19,087 bilhões em setembro (crescimento de 7,7% pela média diária). As importações somaram US$ 14,116 bilhões (alta de 10,2% na mesma comparação). O aumento das exportações em setembro foi puxado pelas vendas de produtos básicos (+21,1%), beneficiadas pela valorização das commodities (bens primários com cotação internacional). As vendas de semimanufaturados aumentaram 3%. No entanto, as exportações de manufaturados recuaram 4,2% em relação a setembro de 2017. No ano, as vendas de petróleo cresceram

Em relação às importações, o crescimento foi puxado pela compra de combustíveis e lubrificantes (24,7%), influenciado pela alta na cotação internacional do petróleo. A aquisição de bens intermediários subiu 10%, seguida da compra de bens de capital (máquinas e equipamentos usados na produção), com alta de 5,9%. A importação de bens de consumo cresceu 1,1%. A compra de petróleo e combustíveis somou US$ 2,360 bilhões, aumento de 294% sobre 2017.

Efeito da Argentina

Outro impacto na balança comercial tem sido causado pela retração das compras de manufaturados pela Argentina, desde abril atolada em profunda crise econômica. Segundo o presidente da Associação do Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, setembro, as vendas totais para a Argentina encolheram cerca de US$ 500 milhões em um ano (de US$ 1.431 bilhão em 2017 para US# 927 milhões em 2018). Já as importações feitas pelo Brasil subiram 19%, de US$ 825 milhões para US$ 933 milhões no mesmo período. José Augusto considera forte a queda de US$ 1,6 bilhão no saldo comercial só em setembro e prevê redução de saldos em 2018 e nos próximos dois anos.