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OBITUÁRIO: Marcos de Castro, gigante do jornalismo, aos 84 anos

Reprodução -
Marcos de Castro
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O jornalista Marcos de Castro morreu na noite de sábado aos 84 anos no Rio de Janeiro. Ele estava internado no Hospital Pró-cardíaco, em Botafogo. Seu estado de saúde piorou na quarta-feira. O corpo do jornalista foi enterrado ontem no Cemitério São João Batista.

Marcos Alexandre de Souza Aranha Mello Mattos de Castro nasceu em 1934 em Uberaba, no Triângulo Mineiro. Começou a trabalhar como jornalista em 1958 e construiu sólida trajetória na imprensa brasileira. Ganhador de dois Prêmios Esso, Marcos de Castro trabalhou no JORNAL DO BRASIL como redator no copidesque, na editoria de Esportes e como editorialista, em uma da suas últimas passagens, ainda na Avenida Brasil.

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Marcos de Castro (Foto: Reprodução)

Em 1963, na editoria de Esportes do JB, ganhou o Prêmio Esso de Reportagem Esportiva, em parceira com Dácio de Almeida, pela série de reportagem “Futebol, do sonho à realidade”, considerada a primeira grande investigação da imprensa brasileira no futebol. A série mostrava, já naqueles tempos, entre outras coisas, a exploração de jogadores por empresários. Um ano depois surgiria o segundo Prêmio Esso, em equipe, junto com a editoria de Esportes do JB pela cobertura da decisão do Campeonato Carioca.

Em 1968 foi ser repórter na Revista Realidade. Lá, Marcos de Castro conquistou seu terceiro Prêmio Esso com a reportagem “Marcinha tem salvação: amor”, sobre crianças nascidas com distúrbios cerebrais, ganho na categoria “Informação Científica”. Também atuou no Jornal da Tarde, O Globo, O Dia, TV Globo, além das revistas Enciclopédia Bloch, Manchete e Veja Rio, entre outros veículos.

Licenciado em Letras Clássicas pela Faculdade Nacional de Filosofia da antiga Universidade do Brasil, Marcos de Castro também foi autor e tradutor de livros. Dentre suas obras, destacam-se “Dom Hélder: Misticismo e Santidade”, biografia de um dos maiores nomes da igreja católica no Brasil no século XX, e a tradução da Biografia São Luís, do francês Jacques Le Goff. Escreveu ainda “Gigantes do Futebol Brasileiro”, em parceria com João Máximo, “A Igreja e o Autoritarismo” e “64: Conflito Igreja x Estado”.

Marcos de Castro deixa quatro filhos: Emanuel, Luísa, Lúcio e Mateus. Emanuel e Lúcio seguiram a profissão do pai. Sobre Marcos de Castro escreveu o jornalista Marcelo Auler: “Marcos foi um grande amigo. Um professor eterno. E acima de tudo um irmão na fé religiosa e na fé por um país melhor, mais justo e mais democrático. Não bastasse isso, em 1982, aceitou ser meu padrinho de casamento. Deixa um vazio no coração de muitos companheiros e amigos”.

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jornalista