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Agências voam com a classe C

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Dólar em baixa faz brasileiro descobrir o turismo e aquece o setor de viagens, que pode crescer 20% Antonio Puga e Jorge Lourenço Até poucos anos atrás, viajar para o exterior era algo fora da realidade de Guilherme Neto.

Técnico em informática, ele se enquadra na tão falada classe C, que ganha entre R$ 1.115 e R$ 4.807 por mês.

Hoje, ele já faz as contas para conhecer a Argentina no fim do ano que vem.

– Nunca viajei para fora do país e sempre tive vontade de conhecer Bariloche – diz Guilherme.

– No fim de 2011, vou de qualquer jeito.

Nem que tenha de parcelar os custos em 1 milhão de vezes.

Ele não está só.

A classe C já representa 50,5% da população brasileira e é a que tem apresentado maior crescimento de renda, segundo o IBGE.

Com o dólar em baixa e o crédito abundante, as agências de viagem voam alto e já projetam ganhos 20% maiores nos pacotes de fim de ano de 2010 em relação ao mesmo período de 2009.

– Há toda uma conjuntura que favorece o setor – explica Luiz Strauss de Campos, presidente da sucursal fluminense da Associação Brasileira de Agências de Viagem (Abav-Rio).

– Em su ma, o país está bem mais estável, e as pessoas estão mais seguras em seus empregos.

E não é só a classe C que está ajudando o mercado.

De acordo com Strauss, os consumidores clássicos dos pacotes de turismo também estão comprando mais.

– A pessoa que nunca viajou antes agora está indo para Buenos Aires.

Quem ia para Buenos Aires está com dinheiro para ir a Orlando, que é um destino comum para brasileiros.

E assim vai – explica o presidente da Abav-Rio.

Outro fenômeno que os agentes de viagem têm observado é a compra de pacotes cada vez mais longos.

– Antes, quando o dólar estava na faixa de R$ 2,10 a R$ 2,50, as pessoas faziam pacotes de, no máximo, uma semana – lembra Guilherme Corrêa, diretor da agência Viajar Turismo.

– Agora, a média é de 12 noites.

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