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Cartunista Quino nega uso de Mafalda para campanha contra aborto legal

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O famoso cartunista Joaquín Lavado, conhecido como Quino, negou nesta quinta-feira (19) o uso de sua famosa personagem Mafalda pelos setores que se opõem à legalização do aborto, em pleno debate parlamentar na Argentina.

"Não autorizo, não reflete a minha posição", escreveu em um comunicado Quino, sobre a utilização da imagem da menina irreverente que criou há mais 50 anos.

Quino, que acaba de completar 86 anos, explicou que "divulgaram imagens de Mafalda com um lenço azul que simboliza a oposição à lei de interrupção voluntária da gravidez. Não autorizei, não reflete a minha posição e peço que seja removida".

"Sempre acompanhei as causas de direitos humanos em geral, e a dos direitos humanos das mulheres, em particular, a quem desejo sorte em suas reivindicações", acrescentou Quino.

A imagem difundida mostra uma Mafalda sorridente com um lenço azul onde se lê: "salvemos as duas vidas", lema dos que são contra o aborto, junto com a foto de Quino, com uma suposta frase do próprio ilustrador que diria "não coloquem o lenço verde porque sua cor é azul", o que desmentiu.

Desde 2003, o lenço verde é símbolo da campanha nacional pelo aborto legal, seguro e gratuito.

A disputa de lenços tem ficado cada mais intensa à medida que se aproxima o dia 8 de agosto, no qual o Senado prevê abordar o projeto de legalização da interrupção voluntária da gravidez, que já conta com o aval da Câmara dos Deputados.

ls/jbg/cb/cc