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Cinema Experimental: Cinemateca do MAM recebe 2ª edição do Festival Ecrã

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De hoje a domingo (22), a Cinemateca do MAM recebe a segunda edição do Festival Ecrã, que apresenta um panorama do cinema experimental contemporâneo. Dentre os 14 longas, três médias e 21 curtas da programação estão filmes premiados e que participaram de festivais nacionais e internacionais, além de obras inéditas e de diretores consagrados no circuito do cinema experimental e das artes. 

De acordo com Pedro Tavares, que assina a curadoria ao lado de Daniel Diaz, o festival almeja expor a pluralidade de métodos e de práticas de experimentação no cinema de hoje. “Para muitas pessoas, cinema experimental corresponde a falar em videoarte ou em filmes para museus. Essa é uma compreensão quadrada, com a qual quisemos romper”, ele diz.

Pedro afirma que a tecnologia digital provocou um “deslocamento total do cinema”, que a mostra reflete. “Atualmente é muito fácil fazer um filme. Isso garante aos cineastas mais tempo e mais oportunidades para filmar e editar, assim como a chance de levar adiante ideias muito diversas. É uma forma livre de fazer e ver cinema”, afirma. 

Pedro diz que vários dos filmes da mostra utilizam imagens de arquivo, muitas delas oriundas do Youtube. Há, igualmente, filmes narrativos ou que não contam nenhuma história, assim como obras feitas com o uso de tecnologias variadas (filmadas com celular ou em películas de 16 mm e de 35mm, por exemplo). 

Dentre os destaques, estão “Equinócio de Primavera” e de “Equinócio de Outono”, ambos inéditos no Brasil, do aclamado cineasta experimental James Benning. Assim como a maior parte de sua obra, são obras contemplativas, em que paisagens naturais são filmadas em longos planos fixos.

O festival também apresenta “Landscape”, mais novo curta-metragem do expoente do cinema de invenção brasileiro Luiz Rosemberg Filho, que abre o festival hoje, às 20h, com presença do diretor. Segundo Pedro, o filme é “uma colagem de imagens pré-existentes, que mistura sexualidade e política”. 

Outro filme que passa na abertura hoje, também com a presença da diretora, é o longa “Imo”, de Bruna Schelb Corrêa, exibido na última Mostra de Tiradentes, que estreia na cidade. Descrito por Pedro como uma obra feminista, o filme expõe situações cotidianas da mulher em perigo. 

Inédito no Brasil, “Mundo sem fim (Sem incidentes reportados)”, do afegão radicado nos Estados Unidos Jem Cohen, é outro filme de observação. Filmado no Sul da Grã Bretanha, acompanha como a mudança do tempo e da maré orienta a vida dos moradores de um condado.

O Ecrã exibe ainda “O raro evento”, da prestigiada dupla de cineastas experimentais Ben Rivers e Ben Russel, que passou no último Festival de Berlim. O filme conecta uma discussão filosófica a falhas de imagem, até que, nas palavras de Pedro, os dois “viram um amálgama”. 

Também fazem parte da programação a polêmica experiência de “O Cavaleiro das Ruínas”, de Pierre-Luc Vaillancourt, vencedor das últimas edições dos festivais Indie Lisboa e Olhar de Cinema. Repleto de luzes piscantes, o filme é contraindicado para quem tem epilepsia. 

Além dos filmes, a mostra apresenta nove instalações no corredor da Cinemateca do MAM. No sábado, às 16h30, haverá um debate com os críticos Filipe Furtado e Camila Vieira, com mediação de Pedro. A programação completa pode ser acessada no site www. festivalecra.com.br/.

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Serviço 

2º FESTIVAL ECRÃ: Cinemateca do MAM (Av. Infante Dom Henrique, 85 - Parque do Flamengo; Tel.: 3883-5600). De 17 a 22/7. Entrada franca.