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Homem-Morcego à italiana: Enrico Marini desenha graphic novel da Panini

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Nos anos 1980, época em que Frank Miller revolucionava os gibis com “Cavaleiro das Trevas” e “Ano um”, qualquer HQ especial do Batman sacudia o mercado editorial, e não só o dos EUA, à força de vendas milionárias e resenhas inflamadas de grandes teóricos da cultura, de Umberto Eco a Camile Paglia. Mas, há tempos, uma graphic novel do Homem-Morcego não ganhava os holofotes da mídia como acontece agora com “O príncipe encantado das trevas”, romance gráfico em duas partes recém-chegado ao Brasil como álbum de luxo, editado pela Panini Comics. Seu mérito pertence à força plástica dos desenhos do italiano Enrico Marini na luta por reinventar a inimizade entre o Homem-Morcego e o Coringa numa violenta narrativa. 

Astro entre as editoras da Europa, por seu trabalho em BDs (Banda Desenhada, nome usado na França e em Portugal para definir quadrinhos) como “Gipsy” e “Le Scorpion”, Marini nasceu na Suíça, em 1969, e iniciou carreira em 1990, desenhando heróis mais transgressores, para adultos. Em 2017, sob a encomenda da editora Dargaud, numa dobradinha com a DC Comics, ele produziu “O príncipe encantado das trevas” para refletir sobre a mítica em torno do Batman, ao lado da popularidade do personagem no cinema, onde, atualmente, é vivido por Ben Affleck. 

Na versão brasileira do álbum, há uma série de rascunhos ilustrando a evolução do traço de Marini na representação de Gotham City. No enredo, o Coringa sequestra uma menininha que pode ser filha de Bruce Wayne. Para salvá-la, o mascarado terá de enfrentar o Crocodilo e a Arlequina, namorada do Palhaço do Crime. O clima de ação contínua torna a HQ uma peça obrigatória em qualquer gibiteca. É “o” lançamento do ano até agora. (R.F.)