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Theatro Municipal encena três clássicos em 'Joias do ballet'

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Se os balés da Rússia fossem como a Copa do Mundo em curso, não haveria um álbum devidamente preenchido sem as figurinhas de craques como o bailarino Vaslav Nijinski, o coreógrafo Michel Fokine e o compositor Alexander Glazunov. Também autores de músicas usadas nos clássicos do balé russo, Frédéric Chopin e Carl Maria Von Weber não deixariam de integrar as seleções de França e Alemanha, respectivamente.

Sobre o palco do Theatro Municipal, entretanto, eles jogam nos mesmos times, em três clássicos que terão quatro apresentações, em rodadas triplas, de amanhã a 1º de julho

Com foco na Rússia da virada entre os séculos XIX e XX, “Joias do ballet” marca a abertura da temporada  de dança, com o Corpo de Baile do Theatro Municipal, com três peças encenadas pelas primeira vez entre 1898 a 1911. Todas elas serão apresentadas nas quatro datas previstas, com os bailarinos se revezando entre as montagens a cada noite.

“É um programa triplo, para contemplar não só o público, mas também os bailarinos da nossa companhia, que estão se preparando desde o início do ano conosco, mas ainda não se apresentaram em 2018. É deixar que eles aproveitem e mostrem seu trabalho cada uma delas”, ressalta Ana Botafogo, que dirige o corpo de baile e a temporada com Cecilia Kerche. Jésus Figueiredo rege a Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal nas apresentações.

Mais antigo entre os três balés, “Raymonda” é pas de deux que estreou em 1898, em São Petersburgo, na Rússia, com coreografia de Marius Petipa (1818-1910) – russo nascido em Marselha, na França – sobre música de Alexander Glazunov. Ambientado na Idade Média, ele conta a história de uma jovem que  desperta a paixão de um cavaleiro oriental enquanto espera o retorno de seu noivo, Jean de Brienne, das Cruzadas. O noivo volta e derrota o rival em um duelo, dando início aos preparativos do casamento. Claudia Mota e Juliana Valadão, Cícero Gomes e Alef Albert se revezam nos papéis de Raymonda e Jean de Brienne.

Coreografados por Michel Fokine (1880-1942) outros dois espetáculos são fruto da efervescente colaboração entre Rússia e França na virada de séculos, através da companhia Ballets Russes, que emigrou e se baseou, entre 1909 e 1929, em Paris, sob o comando do empresário Serguei Diaghilev – um dos mais hábeis “cartolas” da dança da época.

Baseado na música romântica deixada por Frédéric Chopin (1810-1849), “Les sylphides” é nomeado com o termo em francês para silfos – elementos mitológicos semelhantes às fadas, porém masculinos, que reinam no ar.

Considerada revolucionária na época, por utilizar técnicas de dança abstrata, a peça mantém figurino e cenário de Alexandre Benois, com um bosque onde um jovem sonhador baila, cercado de silfos no ar, ao seu redor. 

Outro balé de Fokine, “Le spectre de la rose” (“O espectro da rosa”) também inovou ao estrear, em Monte Carlo, no Principado de Mônaco, em 1911. Ele mostrava uma coreografia especialmente composta para deixar brilhar o virtuosismo Vaslav Nijinski (1889-1950), então uma jovem sensação de 22 anos. “Até então, o destaque era sempre a mulher. Nijinski trouxe a importância do homem para a cena, como elemento principal, em um balé”, explica Ana Botafogo. “Foi um precursor”, elege, referindo-se a grandes bailarinos posteriores, como Mikhail Baryshnikov, 71, e Rudolf Nureyev (1938-1993).

Sob tamanha responsabilidade, Cicero Gomes, Filipe Moreira e Alef Albert se revezam no papel principal. “Temos dois primeiros-bailarinos, Cicero e Filipe, na casa dos 30 anos ou mais um pouco, e o Alef, um jovem em quem estamos investindo bastante”, elogia a diretora do Corpo de Baile, que optou por deixar a inovação por conta dos autores, em sua época, e manteve as características clássicas das montagens. “Nosso público está ávido para ver esses clássicos,  que a gente repete de tempos em tempos, porque precisa que as novas gerações conheçam esses balés. Temos a missão de preservar este repertório”, afirma.

SERVIÇO

JOIAS DO BALLET

Theatro Municipal. Praça Floriano, s/n, Cinelândia (2332-9191). 

Amanhã, 23 de junho: 16h. 

Domingo, 24 de junho: 17h. 

Sábado, 29 de junho: 19h30. 

Domingo, 1º de julho: 17h. 

Ingressos: De R$ 50 a R$ 70 (frisas e camarote), R$ 60 (plateia e balcão nobre), R$ 40 (balcão superior), R$ 30 (balcão superior lateral), R$ 20 (galeria) e R$ 10 (galeria lateral).  

Capacidade: 2.226 lugares. 

Classificação: Livre.