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Festival em Ouro Preto reverencia Maria Gladys

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A 13ª Mostra de Cinema de Ouro Preto (CineOP) encerrou esta semana, com uma programação estruturada nos temas. “Preservação”, “História” e “Educação”. Reuniu profissionais e especialistas do audiovisual brasileiro e estrangeiros no debate sobre soluções para a importante questão de preservar a memória audiovisual brasileira, parte essencial que é da memória do país.

Em países onde é forte atividade cinematográfica, os filmes são preservados e mesmo recuperados através de programas de investimento que incluem depósito de acervos e instituições preparadas e equipadas, como cinematecas, escolas de cinema, etc. No Brasil, acervos inteiros com importantes filmografias correm risco de ser perdidos por falta de investimento ou políticas públicas para este fim. O CineOP vem há anos promovendo seminários, mostras e encontros com profissionais preocupados com essa demanda.

Nesta edição, o CineOP homenageou a atriz Maria Gladys. Na noite de abertura, foram exibidos o curta-metragem “Maria Gladys - Uma atriz brasileira”, de Norma Bengell (1980), e o longa “Sem essa, Aranha” (1970), de Rogério Sganzerla. Considerada um ícone do cinema brasileiro, a atriz trabalhou com os principais diretores do Cinema Novo e sobretudo com os diretores associados ao Cinema Marginal, que encontraram na atriz uma vocação para expressar suas vertentes, mais contrárias às do Cinema Novo. Gladys participou de “O anjo nasceu” (1969) e “Cuidado Madame”, (1970), de Júlio Bressane, e de “Piranhas no asfalto”, (1971) e “Matou a família e foi ao cinema” (1991), de Neville d’Almeida. 

Ao longo dos anos, Gladys tem participado de produções dos mais diversos gêneros com personagens marcantes, como nos filmes “Anchieta, José do Brasil” (1977), de Paulo César Sacareni, “Bar Esperança”(1983), de Hugo Carvana,  “Brás Cubas” (1985), de Júlio Bressane, “Se eu fosse você” (2006), de Daniel Filho, e “Febre do Rato” (2012), de Cláudio Assis, entre outros. As homenagens à atriz incluíram a exibição de “Vida” (2008), de Paula Gaitán, e de “Quebratanto” (2017), de José Sette. 

Uma atriz que se formou no teatro, Gladys conta que também gosta muito de fazer televisão e que trabalhar com Miguel Falabella é sempre um grande prazer: “ Miguel, apesar de não ser de minha geração, é com quem eu tenho trabalhado na Globo. Ele gosta de mim e sabe aproveitar o que eu tenho a oferecer”. Morando há cinco anos na cidade de Santa Rita do Jacutinga, na Zona da Mata, a atriz carioca diz que ficou muito feliz com o convite de Raquel Hallak, coordenadora da mostra, e participou de forma intensa das homenagens ao longo da semana na cidade mineira.