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Começa festival internacional de dança RIO H2K

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Começa hoje e vai até 3 de junho o festival internacional de dança RIO H2K, na Cidade das Artes, Barra da Tijuca. Em sua 8ª edição, o evento apresenta espetáculos, oficinas, competições, batalhas de danças, filmes e festas para espectadores e dançarinos amadores e profissionais. A organização espera receber até duas mil pessoas por dia nos sete palcos. 

Depois de surgir consagrando-se às danças de rua, o RIO H2K – abreviatura para “Rio Hip Hop Kemp” – agora quer se identificar apenas como um festival internacional de dança e tirou o adjetivo “urbana” do nome. A programação desta edição enfatiza a dança contemporânea, o que não quer dizer, entretanto, que as raízes rueiras tenham sido deixadas de lado, diz o diretor artístico, Bruno Bastos. “Queremos que os dançarinos urbanos tenham outra visão e conheçam novas técnicas, assim como possibilitar a dançarinos de outros estilos maior contato com os estilos de rua. A ideia é estimular o diálogo e o intercâmbio”, afirma Bruno, que divide a curadoria dos espetáculos com o francês Guy Darmet, ex-diretor da Bienal de Dança de Lyon. 

Desde os mais descompassados principiantes até os exímios bailarinos profissionais podem aprender novas técnicas em oficinas, ministradas por 23 coreógrafos nacionais e internacionais de sete países (Alemanha, Estados Unidos, França, Inglaterra, Israel, República Tcheca e Rússia). Os professores já trabalharam com Anitta, Britney Spears e Madonna, entre outros, e ensinarão movimentos de ritmos menos conhecidos no Brasil como “gaga” e “jazz fusion”, além de “stiletto”. Três companhias brasileiras também darão oficinas, além de exibirem um espetáculo cada. A niteroiense Grupo de Rua, de Bruno Beltrão, traz “Inoah”, sobre a atual situação política do Brasil. 

Deborah Colker, por sua vez, faz novas apresentações de “Cão sem plumas”. Baseado no poema homônimo de João Cabral de Melo Neto (1920-1999), o espetáculo abre o festival e fica em cartaz até domingo. Deborah diz que as danças urbanas e seu mais novo espetáculo “têm tudo a ver”. Para ela, ao escrever sobre o Rio Capibaribe, João Cabral tratava de emoções parecidas com a de transeuntes urbanos. “O sentimento popular das pessoas que habitam o rio é o mesmo das pessoas na rua. As forças e emoções que surgem sob o céu aberto são as mesmas”, diz. A coreógrafa acrescenta que quis manter essas características em seu espetáculo, misturando estilos de dança não acadêmicos, como coco e maracatu, com um repertório contemporâneo. 

O terceiro espetáculo, por sua vez, fica a cabo da Cia. Crütz, que estreia “Geleia geral”, inspirado no Tropicalismo. A obra foi montada a partir de recursos adquiridos após a vitória na competição “Showcase” do RIOH2K de 2017. A edição deste ano da mostra acontecerá no dia 1º de junho e não será competitiva. Onze companhias amadoras nacionais e internacionais se apresentarão. O festival traz também a oportunidade de acampar nos jardins da Cidade das Artes, com espaço para cem barracas, dobro de 2017.