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Crítica: Uma escala em Paris

Cotação *** (Bom)

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Nathan Silver está no sétimo longa-metragem, que só agora chega ao nosso circuito, e, ao assistir ao título (e pesquisar sua carreira), temos a desconfiança do motivo. Silver entrega uma comédia que desafia as recentes, como também o fazem os franceses Benoit Delepine e Gustavo de Kervern, os mesmos do recente ‘Saint amour’; com doses generosas de nonsense e, ao mesmo tempo, com um sentido humano tão grande, a história da aeromoça Gina é repleta de absurdos.

Gina conhece um garçom francês durante um pernoite na capital francesa e se apaixona, depois de passar a noite com ele. Sem qualquer sinal a favor que não os que sua imaginação construiu, a moça que viu o suicídio de um namorado anterior entra em espiral de negação até abandonar sua vida por completo em nome de um homem que repetidas vezes tenta se livrar dela, em vão.

Com uma pegada completamente diferenciada, que nunca assume seu gênero de maneira aberta e com isso pairar num limbo entre a comédia, o drama, o thriller - e, ao mesmo tempo, sem ser nada disso - o filme é uma alegoria de risco e uma das experiências mais intrincadas a pintar no circuito ultimamente. Longe do que faz inclusive um cinema mais hermético, “Uma escala em Paris” nos leva para um lugar de tessitura diferente do cinema, onde a beleza está na estranheza, e Silver passeia por esse terreno com a desenvoltura correta, nos levando para esse abismo desconfortável. 

*Membro da ACCRJ

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UMA ESCALA EM PARIS: ***

Cotaçõeso Péssimo; * Ruim; ** Regular; *** Bom; **** Muito Bom

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