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Crítica: Réquiem para Sra. J.

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Rigor estético

Desiludida após perder o emprego, tudo o que a Sra. J deseja é tirar a própria vida no dia do primeiro aniversário da morte do marido. Ela até prepara uma pistola, mas cometer o ato fatal acaba se tornando algo mais complicado do que esperava. Para não chocar a família, é aconselhada a se matar com remédios, porém, a burocracia da Sérvia, país onde vive, torna quase kafkaniano o processo de se conseguir uma simples receita médica; e o mesmo acontece quando tenta levantar um pouco de dinheiro para deixar às filhas.

A personagem suicida é defendida com sensibilidade por Mirjana Karanovic (de “Quando papai saiu em viagem de negócios”) no tocante filme do sérvio Borjan Vuletic. O diretor investe no rigor técnico, filmando praticamente todas as cenas com câmera parada para representar a imobilidade das vidas e situações retratadas e ampliando a sensação de incômodo para a protagonista e o próprio espectador em imagens que, muitas vezes, se revelam belas pela aparente simplicidade. 

* Rudney Flores é jornalista

Cotação: *** (Bom)