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Ocupação musical

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Ocupar a cidade com o que de melhor se produz na música é a proposta do Toca - Toda canção, que acontece de hoje a segunda- feira em vários espaços do Centro do Rio. O festival vai apresentar shows, debates e performances, além de promover um concurso. O cantor, compositor e exímio violonista João Bosco foi convidado a abrir a primeira edição do evento, com o show de lançamento do CD “Mano que zuera”, no Teatro Carlos Gomes, Praça Tiradentes, às 19h. 

“É uma atuação política ocuparmos a cidade para dar acesso à arte e à cultura com um festival multidimensional, que contempla a diversidade de gêneros e regiões do Brasil”, define Alfredo Del-Penho, curador do Toca ao lado de Pedro Luis. O principal critério da escolha dos artistas foi o ineditismo deles na cidade ou a boa repercussão que tiveram anteriormente. 

“O BaianaSystem já fez apresentações no Rio, mas em locais fechados. Achamos que tinha tudo a ver tocar na Praça Mauá, de graça, no mesmo palco do Tom Zé. No mesmo local, Elza Soares vai encerrar a turnê de ‘A mulher do fim do mundo’ que é, sem dúvida, um dos shows mais importantes dos últimos anos!”, explica. Del-Penho, que mostrará novas canções, no show de domingo, no Carlos Gomes, ao lado de Nei Lopes, destaca ainda as apresentações de Monica Salmaso (“Caipira”), 5 a Seco (“Síntese”) e Almério (“Desempena”). “Joyce vai fazer o pré-lançamento do disco com que comemora 50 anos de carreira”, completa.

Festival tem shows, debates e intervenções no Centro O Toca também será uma plataforma para divulgação de composições inéditas através do Concurso da Canção, que, na primeira edição, recebeu 195 inscrições, através do site tocacancao.com.br. Del-Penho comemora o ótimo retorno e destaca que a curadoria optou por uma seleção diferente da usual. “Não queríamos que houvesse um júri tradicional. Então, abrimos para votação popular, a fim de estimular as pessoas a ouvirem novos artistas e distribuímos peso igual para as nossas escolhas, a do público e a dos próprios compositores, que puderam votar em outros três concorrentes”, explica. Três canções foram vencedoras: “Dos encontros”, de Beto Lemos; “Sem palavra”, de Marcelo Fedrá, e “Luz e amor”, de Marcelo Müller, e já estão sendo gravadas Del-Penho diz que a escolha dos espaços também foi observada. “Cada um tem uma vocação.

O Teatro Rival, por exemplo, tende para a nova canção. Na segunda-feira, teremos lá nomes como Pietá, com ‘Leve o que quiser’, e Lívia Mattos, com seu ‘Vinha da ida’ e participações de Júlia Vargas e Marina Iris. A Lívia, que ainda não tinha se apresentado no Rio, tem uma relação de arte com o circo muito interessante”, diz. O Teatro Riachuelo, o Museu de Arte do Rio (MAR) e o Centro Sebrae de Referência do Artesanato Brasileiro (Crab) são os outros lugares que abrigarão a programação do Toca - os dois últimos com debates. 

“O Toca tem vários braços e um deles quer alcançar uma discussão mais  acadêmica, estimulando um conteúdo analítico”, diz, referindo-se à série “A canção em debate”, que terá quatro mesas, sábado no Crab e duas no domingo no MAR. Entre os participantes, estarão Antonio Nóbrega, Nei Lopes, Viviane Mosé, Heloísa Starling, Zuza Homem de Mello e Bráulio Tavares, que aproveita para lançar seu livro “Bandeira Sobrinho - Uma vida e alguns versos”. 

Palestra ilustrada 

O cantor, compositor e dançarino Antonio Nóbrega participa de dois debates no MAR: uma “Palestra ilustrada”, no sábado, às 15h30, e “O diálogo entre vocação brasileira para a ginga e a síncope, e a formalidade da poesia tradicional’, domingo, às 11h, ao lado de Nei Lopes e Viviane Mosé. “Vou falar sobre poesia popular, desenvolvida principalmente no Nordeste e seus cantadores, e sua ligação com a canção. É uma palestra ilustrada, porque vou levar meu violão para apresentar algumas canções”, conta Nóbrega, que se apresentou pela última vez na cidade em 2016.

“Falta de patrocínio dificulta muito viajar com os espetáculos. Além disso, nossos aparelhos dedicados à cultura são muito poucos”, lamenta. Como vem se dedicando ultimamente ao universo de pesquisa, Nóbrega tem sido mais solicitado como palestrante. Mas o leque de atuação do pernambucano, que dirige o Instituto Brincante, ao lado da mulher, Rosane Almeida, oferecendo cursos, apresentações, oficinas, mostras e encontros em São Paulo, é enorme. Ele faz aulas-espetáculo, shows - o mais recente é “Semba” - com diversas manifestações populares ligadas ao samba, à dança e, em breve, lança o livro “Compasso sincopado”.

“Tenho feito canções e vou apresentar algumas na palestra. É muito bom ter este tipo de oportunidade, é uma forma de ir na contramão do que está acontecendo no país”, diz. “Acho que o Toca é uma forma de agradecer e devolver à cidade coisas boas e de qualidade, em meio a um momento tão complicado que vivemos, principalmente nos espaços públicos que vêm sofrendo tantas sanções”, reforça Del-Penho.

Programação do Toca - Toda canção

HOJE

João Bosco - Lançamento do CD “Mano que zuera”. Teatro Municipal Carlos Gomes (Praça Tiradentes, s/n - Centro; Tel: 2215-0556). 19h. Ingressos: R$ 60 e R$ 30.

Renato Luciano e Barca dos Corações Partidos - Com participação de Dani Black. Teatro Rival (Rua Álvaro Alvim, 33 - Cinelândia; Tel: 2240-4469). 21h. Ingresso para os dois shows: R$ 50.

SÁBADO

Canção em debate: Crab – Centro Sebrae de Referência do Artesanato Brasileiro (Praça Tiradentes, 69-71 - Centro; Tel: 3380-1850). “As matrizes da canção popular, a repaginação pela chamada MPB e sua popularização” com Tatiana Bacal, Bráulio Tavares e Hugo Sukman, às 11h. 

“Quais os novos caminhos da nossa música, novas abordagens aos tradicionais gêneros, novos questionamentos e discursos, novas narrativas?” com Elisa Lucinda, Ricardo Teperman e Leo Morel, às 14h. 

Lançamento do livro “Bandeira Sobrinho - Uma vida e alguns versos”. de Bráulio Tavares, às 16h30. Palestra ilustrada - Com Antonio Nóbrega. MAR – Museu de Arte do Rio (Praça Mauá, 05 - Centro; 3380- 1850), às 15h30.

Toquinha – Intervenções urbanas - Com a Trupe de Potí. Praça Tiradentes. 17h. Entrada franca. 

Zé Miguel Wisnik, Lívia Nestrovski e Arthur Nestrovski - “Mortal Loucura” - Teatro Municipal Carlos Gomes, às 19h. Ingressos: R$ 70 e 35. 

Mônica Salmaso - Lançamento do CD “Caipira”. Teatro Municipal Carlos Gomes, às 20h30. Ingressos: R$ 70 e 35. 

Palco aberto: DJ Cacai Nunes, às 18h; Raquel Potí, às 19h; Larissa Luz; às 20h e Elza Soares às 22h. Praça Mauá. Entrada franca.

DOMINGO

Canção em debate: “O diálogo entre vocação brasileira para a ginga e a síncope, e a formalidade da poesia tradicional” com Nei Lopes, Antonio Nóbrega e Viviane Mosé. MAR, às 11h. 

“A força dos festivais, a música e a metáfora na época da censura” com Heloísa Starling, Zuza Homem de Melo e Renato Terra. MAR, às 14h. Entrada franca. 

Toquinha - A Sanfonástica Mulher Lona - Intervenção urbana com Lívia Mattos. Praça Mauá, às 17h. Entrada franca. 

Alfredo Del-Penho e Nei Lopes - Teatro Municipal Carlos Gomes, às 19h. Ingressos: R$ 70 e 35. 

Joyce Moreno - Pré-lançamento do CD “50”. Teatro Municipal Carlos Gomes, às 20h30. Ingressos: R$ 70 e 35. 

Palco aberto: DJ Doni, às 18h; Tom Zé; às 20h; BaianaSystem; às 22h. Praça Mauá. Entrada franca.

SEGUNDA-FEIRA

Cortejo do Boitatá - Intervenção urbana. Da Praça Mauá à Cinelândia, às 15h. Almério - Show “Desempena”. Teatro Riachuelo (Rua do Passeio, 40 - Cinelândia - Tel.: 2533-8799). Ingressos: R$ 30 a R$ 80. 

5 a Seco - Lançamento do disco “Síntese”. Teatro Riachuelo, às 20h30. Ingressos: R$ 30 a R$ 80.

Pietá e Lívia Mattos - Participações de Júlia Vargas e Marina Iris. Teatro Rival Petrobras, às 21h. Ingresso: R$ 50