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Arquivo Nacional vai mapear acervo relacionado à diversidade cultural brasileira

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O Arquivo Nacional apresentou nesta sexta-feira (15) uma proposta de mapeamento nacional das produções e coleções sobre a diversidade cultural do país. A iniciativa terá início com um levantamento dos acervos relacionados com a diáspora africana no Brasil. Batizado de Programas Arquivos da Diversidade, a iniciativa tem o apoio da Secretaria Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), vinculada ao Ministério dos Direitos Humanos.

O projeto foi apresentado e debatido durante o evento Memórias da Diáspora Africana, realizado pelo Arquivo Nacional como parte das atividades da Década Internacional de Afrodescendentes, instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) entre 2015 e 2024.

De acordo com o babalawô Ivanir dos Santos, coordenador do comitê do Programa Arquivos da Diversidade, será feito um levantamento de documentos escritos, materiais audiovisuais e também da produção oral em diversos grupos da população negra, como quilombolas, comunidades religiosas e movimentos negros. O mapeamento dará origem a um cadastro, que posteriormente será disponibilizado ao público.

“Vamos alcançar setores que normalmente não são escutados na sociedade. Nós temos uma lógica arquivista que privilegia as grandes instituições. Se preserva documentos da elite e documentos oficiais do Estado brasileiro. Normalmente não se tem o recolhimento da diversidade da expressão do país ao arquivo público. A ideia depois é ir mapeando outros grupos, como os indígenas”, disse Santos.

Criado em 1838, o Arquivo Nacional é atualmente vinculado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública. A instituição é responsável pela gestão, recolhimento, tratamento técnico, preservação e divulgação do patrimônio documental do país.