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Sebastião Salgado entra em Academia de Belas Artes francesa

Ele é o primeiro brasileiro a ocupar um posto na entidade

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O fotógrafo Sebastião Salgado tomou posse quarta-feira (6) na Academia de Belas Artes de Paris, na França, onde mora. Ele é o primeiro brasileiro a ocupar uma cadeira na entidade. "Foi emocionante. Poder participar da cultura francesa e ter como herança minha cultura brasileira é algo fantástico" disse o artista de 73 anos, após a cerimônia no Institut de France. A formalidade teve início com discurso do fotógrafo francês Yann Arthus-Bertrand, que resumiu a trajetória de seu colega. Uma mensagem também foi enviada pelo presidente Emmanuel Macron. O mandatário não esteve presente, mas desejou suas "mais calorosas saudações".

Salgado discursou em memória de Lucien Clergue, antigo amigo morto em 2014. Clergue era antigo ocupante de uma das quatro cadeiras de fotografia da Academia. "Somos quatro fotógrafos na Académie, Lucien. Como os quatro mosqueteiros que vão defender a fotografia", declarou. Para sua esposa, Lélia Wanick Salgado, a nomeação é "uma honra".

"Foi realmente emocionante. É uma honra ele ser admitido nesta Academia de Belas Artes da França. É algo que faz a gente ficar feliz e reconhecido", declarou.

Lélia é considerada "salvação" na vida do marido. Ambos se exilaram na França durante a ditadura, no ano de 1969. Na época, Sebastião Salgado começou a fotografar por hobby com uma câmera emprestada da esposa. A partir de então, tem se dedicado inteiramente à fotografia. Seu trabalho é voltado, principalmente, à denúncia de situações pelo Brasil e ao redor do mundo, através de imagens em preto e branco. Dentre suas obras mais conhecidas estão "Gênesis" (2013) e "Serra Pelada" (1999). Além disso, o brasileiro já passou pelas maiores agências francesas de fotojornalismo: Magnum, Sygma e Gamma.