ASSINE
search button

Morte de Auguste Rodin completa 100 anos

Escultor revolucionou a arte e foi aclamado em todo o mundo

Compartilhar

Por Nicoletta Castagni

 Considerado o pai da escultura do século 20 e autor de obras-primas como "O Pensador", "O Beijo", "Os Burgueses de Calais" e os "Portões do Inferno", Auguste Rodin morreu no dia 17 de novembro de 1917, aos 77, no auge do sucesso. 

Exatamente 100 anos depois da morte do gênio aclamado em todo o mundo, ele é o símbolo do próprio artista que é capaz de liderar sua solidão, além de realizar sua própria revolução da linguagem plástica, da qual a escultura moderna jamais voltará a fazer. 

Para testemunhar essas obras de arte, uma mostra percorrerá de Nova York a Paris, e será montada na Itália a partir de 24 de fevereiro, no Museu de Santa Caterina de Treviso. 

Rodin nasceu em 1840, na cidade de Paris, na França. No entanto, após um treinamento na Bélgica para ser decorador, deu uma virada decisiva em 1875 no seu processo criativo, graças a uma viagem de dois meses para a Itália, período que durante o qual o francês descobriu as obras-primas de Donatello e Michelangelo. Este encontro decisivo fez Rodin, mais tarde declarar, que "fora Michelangelo que me libertou da escultura acadêmica". 

Ao voltar para a Bélgica, local onde trabalhava na época, Rodin estava inspirado pela arte italiana. Com isso, ele concluiu a escultura "A Idade do Bronze", uma figura masculina em tamanho natural, que lhe rendeu a acusação de que não havia sido ele que havia realmente esculpido a obra. 

Nos anos 80 do século 19, começou uma fase de extraordinária criatividade para o escultor parisiense, a qual durou duas décadas, mesmo que muitas vezes ele estivesse no centro de debates e controvérsias. 

Em 1880, Rodin ganhou o concurso para produzir os "Portões do Inferno", portal de um museu nunca construído e que realmente transformou o artista em um laboratório sem fim de sua linguagem inovadora. Inspirado na "Divina Comédia", este inacabado grupo monumental em alto relevo acabou constituindo um verdadeiro repertório de figuras, desenhadas para demonstrar aos críticos que ele não estava trabalhando em moldes e também tentando provar, através dos pequenos corpos, a sua capacidade para inspirar "a natureza como todos os outros escultores ". 

Os "Portões do Inferno", na versão final, possui 186 figuras, com diversos deles sendo desenhados por Rodin. Em seguida, o artista realizou esculturas muito famosas como: "O Pensador", "As três Sombras" e "O Beijo". Depois de anos de trabalho, em 1889, o artista apresentou outra de suas obras-primas, "Os Burgueses de Calais", o grupo de figuras de bronze com mais de dois metros de altura. 

No entanto, o artista optou por não representá-los como uma frente única de heróis, em vez disso, todos estão isolados de seus companheiros, apenas no tormento e na antecipação de seus destinos, em um estado de ânimo enfatizado pela decisão do escultor em montar o seu trabalho sem pedestal.    

Amado por intelectuais, aristocratas e pela alta sociedade, Rodin conquistou Londres e Nova York. Ele morreu no dia 17 de novembro de 1917, aos 77 anos, em sua casa de campo de Moudon, perto de Paris, pelas consequências de uma forte gripe.