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"Não está claro atéque a noite caia” exposição de Juliana Stein integra Bienal de Arte de Curitiba

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Juliana Stein define a mostra que inaugura dia 30 de setembro no Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba, como “uma tentativa de articular espaços da fotografia em torno do sentido opaco das coisas que escapam e que nos inscrevem mais do que podemos escrever sobre elas.”

As imagens captadas pelas lentes de Juliana situam-se num terreno de experimentação e leitura poética, que conduz naturalmente a uma reflexão sobre os processos de produção e de leitura da imagem fotográfica.

As obras expostas analisam as relações entre as palavras e as imagens a partir de indagações como: existe uma imagem para cada palavra? Existe uma palavra para cada imagem?

"A fotografia tem este caráter de traço, de ter estado na frente do objeto e, apesar disto, de funcionar dentro de um circuito enquanto algo lhe falta", argumenta Juliana. "A imagem fotográfica é o registro de algo, mas do quê?", provoca.

Entre a noite das coisas e o visível dentro do invisível

Para Juliana Stein, falar e querer dizer não são a mesma coisa. "Nas minhas palavras há sempre mais do que quero dizer, e sempre outra coisa. É como acompanhar a noite das coisas, especialmente daquelas em que o sentido é um risco e não pode ser muito bem previsto, pois está sempre mais além. Falamos para dizer a verdade, que não se diz toda porque as palavras faltam", conclui.

No entender da crítica de arte, escritora e curadora independente Adriana Almada, do Paraguai, “a abordagem de Juliana Stein transcende a condição visual para criar uma zona de silêncio que outorga à fotografia um caráter de indício: mostra a partícula visível de um grande invisível – reflete. – Para ela (Juliana), fotografar é uma prática de indagação, de exploração em uma sorte de descontrole produtivo, nesse “deixar-se levar” por personagens e situações que, uma vez traduzidos em imagens, estimulam a percepção desde os tons graves até os sem cor – interpreta Adriana.

A artista

Juliana Stein nasceu em Passo Fundo/RS, formou-se em Psicologia pela UFPR em 1992, viveu por dois anos em Firenze e Veneza (onde estudou história da arte, técnica em aquarela e desenho) e trabalha com fotografia desde o final dos anos 1990. Com uma obra amplamente reconhecida no Brasil e no exterior, participou da 55a Bienal Internacional de Veneza, da 29a Bienal de São Paulo e expôs na Crone Gallery em Berlim, na ShangART Gallery em Xangai e no Carreau du Temple, em Paris.

O curador

Agnaldo Farias, um dos curadores e críticos de arte mais reconhecidos do Brasil, responde atualmente pela curadoria do Museu Oscar Niemeyer. Comandou a 29ª Bienal de São Paulo em 2011 e já realizou curadorias para o Museu de Arte Contemporânea e o Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo; para o Museu de Arte Moderna, no Rio de Janeiro; para o Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba; e para o Museu de Arte do Rio Grande do Sul, entre outros. É também professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo.

Serviço

Não é claro antes que a noite caia – Fotografias de Juliana Stein

30 de setembro de 2017 a 25 de março de 2018

Curadoria de Agnaldo Farias

Museu Oscar Niemeyer

Rua Marechal Hermes, 999 – Centro – Curitiba/PR

Terça a domingo, das 10h às 18h

Venda de ingressos e acesso às salas de exposição até 17h30

Entrada franca às quartas-feiras