ASSINE
search button

Peça "Nunca fui canalha" reestreia dia 7 no Teatro Serrador

Compartilhar

No palco, Tatá dá vida a quatro mulheres canalhas inspiradas nas personagens do livro "Canalha: substantivo feminino", de Martha Mendonça. Três das personagens estão no livro – Diana, Leila e Rebeca; a exceção é Santinha, criada especialmente para Tatá. Com direção de Victor Garcia Peralta, a peça faz uma análise bem-humorada do caráter humano. É Martha quem conta como surgiu a parceria com Tatá e, depois, com o diretor.

– Conheci Tatá em 2011, quando ela fez conosco o Sensacionalista na TV. Eu já a tinha visto no “Surto” e gostava muito da pegada de humor dela. O tempo passou, e, em 2014, voltamos a trabalhar juntas na redação do “Zorra”. Foi bacana ver que ela, além de ótima atriz, era uma redatora de mão cheia. Foi lá que Tatá começou a conversar comigo sobre fazer um monólogo das “Canalhas” – um desejo que ela tinha, na verdade, desde que lancei o livro. A nós se juntou, um pouco depois, o diretor, Victor Peralta, que trouxe novos rumos para o nosso texto.

A peça não é uma transposição do livro para o teatro. As personagens da obra são apenas uma parte que costura o texto. O espetáculo é mais direto, menos sutil. O texto ácido é deliciosamente divertido, irreverente e não poupa ninguém. Ou quase ninguém. Afinal de contas, o que mais tem no mundo é gente canalha.

Os espectadores vão identificar muitos deles em suas vidas – ora de passagem, ora tentando roubar a cena mesmo. Alguns vão até se identificar também, mesmo que batam no peito e digam “nunca fui canalha”. Mas a verdade é como descreveu o dramaturgo Nelson Rodrigues: "No Brasil, quem não é canalha na véspera é canalha no dia seguinte". Para conforto do público, Tatá e Martha fazem de tudo para defendê-lo: “Gente canalha não vai ao teatro. Canalha só fica em casa. Vendo série. Série sobre outros canalhas.”

Em meio a canalhas de todos os tipos – do “canalha ostentação” à canalha religiosa, passando pelo canalha político, claro! –, a peça só poupa o público, a ficha técnica, eu, você e, claro, quem mora em Mauá.