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Cia Folclórica do Rio - UFRJ se apresenta no Cacilda Becker

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Em comemoração ao seu 30º aniversário, a Cia Folclórica do Rio - UFRJ apresenta, nos dias 23, 24 e 25, no Teatro Cacilda Becker, no Catete, Zona Sul do Rio, o espetáculo "Tamborzada", que reúne 30 anos de pesquisas junto aos mestres da cultura popular brasileira. Por todo Brasil, batemos tambores de muitos jeitos, vindos de culturas ancestrais e afinados com a diversidade de nossas histórias. Tambores temperados nos encontros de diversos povos com os nossos indígenas.                 

Reunindo 40 artistas, entre músicos, dançantes e artistas plásticos, "Tamborzada" traz à cena os tambores dos salões, dos terreiros e das ruas, que marcam as cadências das culturas populares. O público toma contato com diversos tambores: atabaques, alfaias, crivador, meião, tambor grande, caxambu, candongueiro e tambu, entre outros, e aprende sobre a riqueza da percussão, das danças brasileiras e o universo simbólico destas expressões. Cenografia, instalações, iluminação, figurinos, música ao vivo e muita dança, criam um momento de artes integradas com participação ativa do público. 

 ?O roteiro retrata a disputa dos malandros cariocas no verso e no batuque, eternizada nos sambas de Noel Rosa e Wilson Batista. Perpassa pela invenção do maxixe, dança excomungada que juntou células europeias e africanas, e segue para homenagear os tambores de los hermanos cubanos, dançando a salsa de cassino. Ao som de "Camisa Amarela", de Ary Barroso, os carnavais de salão e das ruas se encontram, misturando canções e tambores para sempre. E lá vem o Zé Pereira português trazendo alegria! Bonecos e batidas lusas ainda presentes em vários lugares do Brasil. A Festa da Moça Nova do povo Ticuna é contada pelo mascote da Companhia, o Bidito das Candongas. O Batuco de Cabo Verde reforça a raiz africana de nossas manifestações.

?O espetáculo explora, ainda, a sensualidade e a religiosidade do Tambor de Crioula maranhense ao som do tambor grande, meião e crivador originais, escavados a fogo. O Cacuriá entra rebolando e criando versos de duplo sentido. O mamulengo Simão se encanta com a abundância das mulheres e nos encanta com a ludicidade do baião e dos cocos nordestinos. Entre sapateios e palmas, chegamos ao samba do Recôncavo Baiano que abre a roda para as cordas da viola, violão e cavaquinho se encontrarem com as umbigadas e ritmos da Bahia. E entra a bateria das escolas de samba cariocas trazendo o pas de deux do Mestre Sala e da Porta Bandeira, poesia em movimento, admirada em todo mundo, que exalta o jeito carioca de brincar e se comunicar. Surge o Jongo, como uma homenagem ao Morro da Serrinha da cidade maravilhosa. Outros tambores centenários chegam à cena para dançar o batuque de umbigada paulista abrindo o terreiro para a orquestra de tambores que passeia na pluralidade das expressões das caixeiras do divino do Maranhão, das danças dos Orixás afro-brasileiros, das folias de reis, do frevo pernambucano, das bandas de congo capixabas e das realezas dos congados mineiros e maracatus pernambucanos. 

O espetáculo desvela a diversidade cultural deste comunicador dos tempos e subjetividades que junta ancestralidade e contemporaneidade, a devoção e a diversão, persistindo e resistindo acompanhando a humanidade em seus sonhos, lutas e artes, a entidade que conta histórias, o TAMBOR.

Na sexta-feira (23) e no sábado (24) o espetáculo começa às 20h; no domingo (25), às 18h. A classificação é livre e os ingressos custam R$ 1,00.