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”Riscos” - Toz apresenta nova fase na Galeria Movimento

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Há dois anos sem expor, Toz apresenta oito obras inéditas, que serão divididas em duas salas. Na primeira, observa-se o surgimento da palavra como persistência do traço, fazendo alusão aos seus grafites na área urbana, suscetíveis aos constantes apagamentos. A palavra na tela passa a ser reveladora, deixando aparente camadas coloridas do interior das pinturas. Nada é programado, as palavras surgem na cabeça do artista no momento da produção. “A ideia deste trabalho é criar uma arqueologia do futuro. Quem sabe um dia as pessoas vão encontrar grafites escondidos pelas cidades?”, sugere.

Na segunda, os personagens já conhecidos do público, como a boneca Nina e o Vendedor de Alegria, tornam-se secundários e dialogam com a estranheza de uma espessa camada de massa que o artista lança sobre a tela. “Sempre tive um trabalho muito colorido, mas percebi que também estou exposto às influências externas. Num primeiro momento pensei nos governos que querem acabar com a pichação e com o grafite e no artista que quer sempre produzir. Depois percebi que o cinza é algo maior, representa toda a nuvem que está pairando pelo Brasil e pelo planeta. Eu não podia ficar só na alegria do mundo virtual”, explica.

Foi a partir do que vê e sente nas ruas que buscou inspiração para a mostra. Em Risco, o artista insere nova poética ao trabalho agregando influências, positivas ou não, daquilo que está no seu entorno, mostrando amadurecimento ao arriscar numa beleza não óbvia.

Com tantas novidades, Toz, que este ano estreou no carnaval carioca e apresentou na avenida a primeira alegoria grafitada a convite da Mangueira, mostra que está cada dia mais maduro e disposto a correr riscos.  “Com esse trabalho falo do risco no sentido de riscar e também de me colocar em perigo. Sem dúvida é um novo momento na minha carreira”, diz o grafiteiro justificando o título escolhido para a exposição.