ASSINE
search button

Aguardente produzida a partir da mandioca ganha nome de tribo indígena

Iguaria ganha fábrica no Maranhão e conquistar o paladar dos mais exigentes

Compartilhar

Muito antes da chegada dos portugueses em solo brasileiro, os índios maranhenses já produziam uma bebida a partir da mandioca fermentada chamada Cauim. Com a chegada dos alambiques trazidos pelos colonizadores o fermentado da mandioca foi destilado dando origem a Tikira, que em tupi significa liquido que goteja. E foi esta aguardente 100% original do Brasil, muito antiga e pouco conhecida inclusive no país, que conquistou a carioca Margot Stinglwagner. Inicialmente Margot tinha um projeto para abrir uma pousada em Santo Amaro, nos Lençóis Maranhenses, mas quando o grupo empreendedor do mesmo se desfez, em busca de oportunidades na região que a encantava, ela atentou para a Tiquira.

Filha e neta de mestres cervejeiros,  Margot procurou se preparar para o desafio e se formou mestre alambiqueira, em Itaverava (MG). Adquiriu e montou um alambique na cozinha de seu apartamento em Ipanema, onde iniciou os primeiros de centenas de testes para a produção de tiquira, comprando quilos e mais quilos de mandioca na feira. Três anos mais tarde, com o apoio do Sebrae e de seus consultores, a fábrica em Santo Amaro (MA) já estava construída, mantendo a tradição e a cultura da fabricação da Tiquira na região, e produzindo uma bebida com o sabor e a identidade característicos e próprios dessa aguardente tipicamente brasileira. 

Batizada de Tiquira Guaaja, inspirado na tribo indígena maranhense homônima, a bebida traz no rótulo, assinado pelo artista plástico Carlos Artêncio, outra homenagem ao Maranhão, com aves Guarás, típicas do estado. 

A Tiquira Guaaja é produzida a partir da mandioca brava, em um processo diferente da cana, por não conter açúcar natural.  A produção começa com a limpeza e retirada da toxicidade. Através de processos enzimáticos, o amido é transformado em açúcar para em seguida ser fermentada até, finalmente, ser destilada em alambique de cobre. A Tiquira Guaaja nasce com o objetivo de conquistar os paladares mais apurados e encantar a todos com esse destilado pouco conhecido, inclusive no Brasil, proporcionando uma degustação com o sabor e a identidade característicos e próprios dessa aguardente genuinamente nacional com 40% de graduação alcoólica. Iniciando com uma pequena produção de 12000 litros anuais e com projetos de expansão, a bebida típica do Maranhão dá os primeiros passos para conquistar o país. 

Margot Stinglwagner conta com entusiasmo a origem da tiquira. “Nem a cachaça é tão brasileira como a tiquira, pois a cana de açúcar não é originária daqui e a mandioca, sim”, diz a produtora.