ASSINE
search button

Paixão por Cinema: Brasileira de 23 anos tem filme em seis festivais de cinema nos EUA

Filme "Nós" conta a delicadeza e as dificuldades de se apaixonar por alguém do mesmo gênero

Compartilhar

Sair de casa com um sonho em mente e uma mala na mão já é um ato corajoso, mas quando se vai para um outro país para morar sozinho, parece que a coragem precisa ser maior. A jovem cineasta de apenas 23 anos Joana Sotomayor deixou para trás no Brasil o pai, a mãe e seus cachorros para se aventurar na indústria cinematográfica de Nova York e com filmes em festivais independentes nos Estados Unidos, busca uma melhor formação profissional e conseguir alcançar lugares mais altos.

O amor pelos filmes era desde pequena, com longas sessões com amigos e familiares, hoje a brasileira dirigiu o filme “Nós”, um curta-metragem LGBT que relata as dificuldades e delicadezas de se apaixonar por pessoas do mesmo gênero. A trilha sonora do filme conta com o acordeom de Felipe Caneca, maestro da peça “Cassia Eller: O Musical”, em cartaz no Brasil nos últimos dois anos. O filme foi inspirado por amores antigos da diretora, “O Fabuloso Destino de Amelie Poulain” (2002) e “O Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças” (2004) e filmado em Nova York. O filme está atualmente sendo apresentado em seis circuitos de festivais que incluem o WOFF, (Women’sOnlyFilm Festival), no TMFF (The MonthlyFilm Festival, em tradução livre: O Festival de Filmes Mensal), UFF (UrbanFilm Festival), Short oftheMonth e DMOFF (DirectMonthly Online Filme Festival).

Sobre a experiência de morar em Nova York, Joana Sotomayor conta que cresceu muito como pessoa e como artista nos dois anos que está lá, “acho que se eu continuasse no Brasil eu não teria aprendido metade do que aprendi estudando, vivendo e trabalhando aqui. Infelizmente as oportunidades no Brasil são menores e o ramo da cultura e da arte muito mais difícil do que nos Estados Unidos”, afirmou. Ela contou que a escolha pela Capital do Mundo veio por ser o grande berço de artistas independentes e garante que a escolha foi a melhor que podia ter feito para poder aprender e crescer na indústria como profissional e poder começar o seu nome.

Além do seu filme, “Nós”, Joana tem se dedicado especialmente a produção de arte (production design) de outros projetos e trabalha com comerciais – inclusive com a marca de cerveja internacional Budweiser, no qual trabalhou no departamento de arte.

Os projetos em que atuou vão desde diretora a produtora de arte e o portfólio passa por ser diretora de arte no videoclipe da música tema do filme “A Vingança dos Dragões Verdes”, longa produzido por Martin Scorcese; também como produtora de arte em um comercial para o filme da Disney “Meu Amigo Dragão” e  pela série de pequenos documentários sobre desenhistas e cartunistas produzida na sede do YouTube em Nova York chamada ‘Dare2Draw’. Alguns dos entrevistados foram o criador do Demolidor (Daredevil) para os quadrinhos, Alex Maleev, e Steve Rude, o criador de Nexus.

Sobre todas as experiências que teve como diretora e produtora de arte, Joana contou que foram todos de um grande aprendizado. “Eu trabalhei com produtores que trabalharam com o diretor Spike Lee, trabalhei em produções associadas com Scorsese, com a artista Grimes, e outros nomes. Dirigi e produzi a arte de um filme sobre mulheres no qual eu colaborei com o talentoso diretor de fotografia iraniano Kioomars Doroodi, também grande defensor de direitos feministas. Tem sido realmente incrível.”

Sobre os planos para o futuro, Joana conta que pretende ainda continuar nos Estados Unidos trabalhando com produção de arte, buscando realizar seu sonho. “Eu pretendo me mudar para Atlanta, atualmente o maior estado americano em relação a oportunidades na indústria cinematográfica, como produções como as séries Stranger Things e The Walking Dead e outros muitos filmes que estão atualmente em desenvolvimento por lá. Eu acredito que seja uma ótima oportunidade para eu poder crescer mais e me firmar nesse caminho que eu escolhi”.