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Casa Shakespeare celebra 400 anos da morte do autor durante Flip em Paraty

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A celebração dos 400 anos da morte de William Shakespeare chegou à Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) com leituras, performances e um chá britânico na Capelinha Nossa Senhora das Dores, no centro histórico. A programação, elaborada pelo Consulado do Reino Unido para a "Shakespeare House", ou Casa de Shakeaspeare, é gratuita e começa já nas ruas de Paraty, com obras em papel kraft que retratam Lady MacbethRomeu e Julieta e o próprio autor.

"A ideia é celebrar o legado da obra de Shakespeare. Ele vem do meu país, mas pertence a todos nós, a todos os seres humanos", disse o embaixador do Reino Unido no Brasil, Alex Ellis.

A casa treinou professores de Paraty para abordarem os textos do autor em suas aulas. Uma das principais atrações é a exibição de filmes do acervo do consulado no ossoário da capela, onde chá britânico e café são servidos de graça.

Durante a festa literária, uma biblioteca com textos originais e estudos sobre o autor foi montada e pode ser visitada livremente. Com o fim do evento, os livros serão doados para a prefeitura de Paraty.

Diretor de Artes do consulado, Luiz Coradazzi informou que a ideia da casa é aproximar Shakespeare de quem não o conhece e aprofundar a experiência de quem já o leu, com debates de especialistas e performances.

"Um dos grandes propósitos dessa ação é tirar o Shakespeare do pedestal e promover o acesso não como uma coisa inatingível para eruditos e estudiosos. Todo dia usamos uma expressão de Shakespeare sem saber", afirmou Coradazzi, esclarecendo que a construção "num piscar de olhos" vem da obra A Tempestade.

O diretor destacou que o diálogo dos artistas brasileiros com a obra do inglês acabou sendo fácil. "Por toda a narrativa da casa, você vê como os elementos da cultura local respondem a essa argila que é o Shakespeare, essa matéria prima universal".

Os bonecos que chamam a atenção de quem passa pela rua da capelinha são obras do artista plástico de Paraty Davi Cananea, que permanecia de guarda perto das esculturas para reparos.

"Cada escultura dessa leva mais ou menos um mês para ser feita, mas fiz quatro em um mês", afirmou o artista sobre o esforço de elaborar as estátuas, que levam cerca de 50 metros de papel kraft cada.

"Eu conhecia Shakespeare e todas as histórias que abordei aqui, mas foi um estímulo para começar a entender um pouco mais e pesquisar a obra", acrescentou Cananea, que disse se sentir feliz de perceber que suas obras provocam os transeuntes a se interessarem mais pelo autor.

"Para mim, Macbeth é a melhor história. Muita gente conhece só de nome, mas não conhece toda a carga que é a história de Macbeth e dessa personagem que é a Lady Macbeth, com tantas questões atuais".