O renomado e talentoso cineasta Woody Allen completará 80 anos nesta terça-feira, dia 1º de dezembro. Criador de dezenas de filmes, músico, roteirista e escritor, o norte-americano conta com uma extensa carreira, uma vida pessoal polêmica e uma ironia e um pessimismo que contagiam seus trabalhos.
Sobre seu aniversário, o amante de Nova York e do caos das grandes cidades disse, em entrevista ao site "Io Donna" - que faz parte do jornal italiano "Corriere della Sera" -, que não vê "nada de divertido em envelhecer".
"Esta não é uma ocasião para brindar, mas sim para me deprimir e me fazer ficar com ânsia. Eu espero passar esse dia dormindo, ou enfiando minha cabeça no travesseiro esperando que ele passe rapidamente", disse Allen.
Mesmo com essa afirmação, o diretor ainda contou como não é de todo pessimista. "Para mim, a vida é insignificante, cruel e curta demais. A razão me diz que não existe nenhum motivo para viver. Mas se qualquer um tentasse me matar, eu faria de tudo para me defender", explicou o cineasta.
Em seus quase 80 anos, Woody Allen dirigiu 45 filmes, ganhando destaque por clássicos como "Noivo Neurótico, Noiva Nervosa" (1977), "Manhattan" (1979), "A Rosa Púrpura do Cairo" (1985), "Hannah e Suas Irmãs" (1986), "Poderosa Afrodite" (1995), "Ponto Final - Match Point" (2005), "Vicky Cristina Barcelona" (2008), "Meia Noite em Paris" (2011) e "O Homem Irracional" (2015), seu trabalho mais recente.
Além da grande quantidade de longas produzidos, o novaiorquino foi indicado 23 vezes ao Oscar e recebeu quatro estatuetas, três de Melhor Roteiro Original e uma de Melhor Diretor. Ele também ganhou nove BAFTAs.
Já a sua vida privada sempre foi polêmica. Divorciado duas vezes antes da fama, o cineasta se envolveu com a atriz Mia Farrow de 1980 a 1992 e a trocou por sua filha adotiva Soon Yi, com quem está até hoje. Depois do divórcio, Farrow afirmou que o roteirista teria abusado sexualmente de outra filha adotiva, Dylan Farrow.