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Theatro Municipal anuncia espetáculo de ballet com orquestra, mas apresenta som gravado

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Frequentador assíduo de concertos em salas especializadas, como a Sala Cecília Meirelles, desde a década de 1970, o radialista José Cláudio Barbedo passou por uma situação inusitada nesta quinta-feira (8), durante apresentação do espetáculo “Age of Innocence”, com músicas de Phillip Glass e Thomas Newman, no Theatro Municipal do Rio.

No programa do espetáculo, constava apresentação conjunta do ballet e da orquestra do Municipal sob regência do maestro Tobias Volkmann. Barbedo, que já foi gerente técnico da Rádio MEC, engenheiro de áudio do projeto Aquarius durante anos e sempre trabalhou com sonoplastia e gravação de áudio, relata, porém, que o ballet dançou ao som de músicas gravadas e que não havia nenhum músico no fosso reservado à orquestra.

“A qualidade do som estava péssima e o fosso da orquestra não estava aberto nem iluminado. Não se via o maestro, e isso é possível mesmo quando ele está no fosso. O som vinha de duas caixas acústicas de má qualidade, nas laterais do palco”, afirmou o radialista, que também foi responsável pela sonorização da primeira visita do Papa João Paulo II ao Rio.

Barbedo conta que se aproximou, então, do fosso e viu dois músicos ali. Perguntou a um deles (um fagotista), que confirmou que a orquestra só tocaria na segunda parte do espetáculo, quando seria apresentada a Sétima Sinfonia de Beethoven. “Como não encontrei referência à gravação, perguntei à vendedora dos programas, mas ela nem sabia que não tinha orquestra na primeira parte”, diz ele.

Na programação anual disponível no site do Theatro Municipal não consta que a orquestra seria substituída por áudio gravado na primeira parte da apresentação. Os ingressos para o espetáculo, que vai até o feriado de 12 de outubro, variam entre R$ 30 (galeria) e R$ 504 (frisas e camarotes). “Se for para assistir à orquestra gravada, vou ao Cinemark ver a Philarmonica de Berlim em 3D e surround-sound”, criticou o espectador.

Segundo a assessoria do Theatro Municipal, o locutor informou no início da apresentação que a orquestra não tocaria na primeira parte. Questionada se a informação não deveria estar no site e na bilheteria, ela não soube, no entanto, responder. O JB ligou, em seguida, para a bilheteria e uma funcionária, identificada como Isa, contradisse a assessoria, assegurando que a orquestra sinfônica se apresenta nos dois números.