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Vila Isabel e Mangueira apresentam samba enredo para 2016

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A noite do sábado (3) e a madrugada do domingo (4) foram agitadas nas quadras das escolas de samba da Estação Primeira de Mangueira e da Vila Isabel, ambas situadas na Zona Norte do Rio. O motivo da festa foi a escolha do samba enredo que será responsável por leva-las durante os desfiles na Avenida Marquês de Sapucaí, no carnaval de 2016.

Na verde e rosa, o enredo assinado por Alemão do Cavaco, Almyr, Cadu, Lacyr D Mangueira, Paulinho Bandolim e Renan Brandão vai homenagear a cantora Maria Bethânia, e será intitulado: “Maria Bethânia – A menina dos olhos de Oyá”.

Já na Vila Isabel, o samba foi composto pelo veterano Martinho da Vila, André Diniz, Mart’nália, Arlindo Cruz e Leonel, e tem como enredo “Memórias do Pai Arraia – um sonho pernambucano, um legado brasileiro”.

Veja a letra dos sambas enredo:

Mangueira

Quem me chamou… Mangueira

chegou a hora, não dá mais pra segurar

quem me chamou… chamou pra sambar

não mexe comigo, eu sou a menina de Oyá

não mexe comigo, eu sou a menina de Oyá

Raiou… senhora mãe da tempestade

a sua força me invade, o vento sopra e anuncia

Oyá… entrego a ti a minha fé

o abebé reluz axé

fiz um pedido pro bonfim abençoar

Oxalá, xeu êpa babá!

Oh, minha santa, me proteja, me alumia

trago no peito o rosário de Maria

sinto o perfume… mel, pitanga e dendê

no embalo do xirê, começou a cantoria

Vou no toque do tambor… ô ô

deixo o samba me levar… saravá!

É no dengo da baiana, meu sinhô

que a Mangueira vai passar

Voa, carcará! Leva meu dom ao teatro opinião

faz da minha voz um retrato desse chão

sonhei que nessa noite de magia

em cena, encarno toda poesia

sou abelha rainha, fera ferida, bordadeira da canção

de pé descalço, puxo o verso e abro a roda

firmo na palma, no pandeiro e na viola

sou trapezista num céu de lona verde e rosa

que hoje brinca de viver a emoção

explode coração

Quem me chamou… Mangueira

chegou a hora, não dá mais pra segurar

quem me chamou… chamou pra sambar

não mexe comigo, eu sou a menina de Oyá

não mexe comigo, eu sou a menina de Oyá

Vila Isabel

Meus olhos ficavam rasos d´água

a seca minha alma castigava

o sol queimava e rachava o chão

os carcarás pousavam no sertão

cresci sonhando renovar os sonhos

revitalizar a vida

que se equilibra sobre palafita

dar pra essa gente mais sofrida dignidade e amor

pra essa gente aguerrida, dignidade, amor

Acordei o campo para um novo dia

com o futuro santo, lindos ideais

acordei o campo pra haver justiça

flora esperança nos canaviais

Carinhosamente… pai arraia

no lugar onde arrecifes desenham a praia

acolhi um movimento, real solução

mais do que alento, a cura dos ais

liberdade se conquista com educação

juntando artistas e intelectuais

Pra fazer a cartilha no cordel,

ensinar do abc à profissão e buscar na arte a inspiração

Tão bom cantarolar, me emocionar, estar aqui

pra ver na avenida

o valor da verdadeira vila

de gente humilde que defende a tradição do seu lugar

um movimento de cultura popular

Vem sambar no frevo e na ciranda

silenciar jamais!

Até o galo da madrugada

se entregou à batucada misturando carnavais