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Masp: Público faz fila para assistir palestra sobre arte medieval

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Foi preciso chegar cedo para conseguir lugar na palestra sobre pintura italiana medieval promovida na manhã de hoje (1º) pelo Museu de Arte de São Paulo (Masp). Os ingressos começaram a ser distribuídos às 10h, uma hora antes do início da aula ministrada pela professora de história da arte da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) Flávia Tatsch. Porém, só quem estava na fila antes disso garantiu uma das 374 entradas disponíveis.

O aluno de engenharia Vinicius Lustoza disse que chegou às 9h e já havia fila. O rapaz explicou que apesar do tema não ter interesse direto com os estudos, acredita que a arte tem uma aplicação ampla na vida. “Eu tenho um interesse profundo por história da arte. Você pode tirar muita coisa da arte, da forma como as ideias evoluem e cada época tem suas próprias ideias” comentou.

Para a estudante de arquitetura Lara Miranda o assunto tem um interesse um pouco mais direto. "Eu gosto muito da matéria de história da arte na faculdade", justificou. Ela contou que veio em eventos semelhantes promovidos pelo museu e gostou bastante. "As palestras foram muito boas", disse.

A curiosidade foi o que atraiu a gestora orçamentária Vera Cunha. “Gosto de arte, acho bonito”, resumiu. Porém, ela achou que seria mais fácil conseguir um ingresso. “Achei que fosse ser mais tranquilo”, comentou sobre a fila que deu voltas no vão-livre do museu.A palestra Pintura italiana séculos 13 e 14 na coleção do Masp é a primeira de uma série feitas em parceria com o departamento de História da Arte da Unifesp. Serão realizados mais quatro encontros, um por mês, até dezembro, passando pela arte renascentista, francesa, brasileira e paulista. A programação completa está disponíve na página da instituição.

A professora Flávia Tatsch intruduziu o assunto analisando a percepção geral sobre idade média no Brasil. “Em nosso país há uma enorme tendência ao desprezo da arte medieval. Tudo que é atrasado ou bárbaro é [chamado de] medieval. Tudo que é fundamentalismo religioso é medieval. Em suma, tudo o que é ruim é medieval”, destacou a especialista. Porém, ela lembrou que se trata de um período de cerca de mil anos – do século 5 ao 15 – com uma significante produção artística e cultural.

Sobre a proposta da palestra, Flávia explicou que a partir da explanação o público teria mais repertório para apreciar 12 obras de arte italiana do período expostas no museu. “Vou oferecer elementos para que vocês possam explorar e observar pequenos detalhes das obras”, ressaltou para a plateia.