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Caetano: ‘Ocupação israelense é inaceitável, mas sou só um visitante’

Cantor fez show com Gilberto Gil na capital de Israel

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Depois da apresentação do show da sua turnê internacional, com Gilberto Gil, em Tel Aviv, Caetano Veloso fez críticas ao governo de Israel: "Eu queria falar uma coisa mais clara. Acho inaceitável a ocupação, mas sou só um brasileiro, visitante, cantor. Esse é um problema dos israelenses". 

A declaração foi feita após a visita da dupla a um assentamento palestino na Cisjordânia.

"Eu vim para dizer abaixo a ocupação, abaixo a segregação!", afirmou Caetano diante de ativistas no Hotel Dan, em Tel Aviv. "Estou muito emocionado, quase chorei ontem em Susiya [aldeia palestina que visitou na Cisjordânia]. É tudo muito difícil", completou.

No encontro no Centro Peres pela Paz, o ex-presidente de Israel, Shimon Peres, chamou os artistas de "mensageiros da paz" por trazerem a música brasileira para uma região tão conturbada. Gil disse que eles estavam ali para cantar, mas também queriam dividir as posições e preocupações em relação à região.

Movimento pediu cancelamento de show

O concerto foi o segundo o programado por Caetano e Gil apesar dos insistentes pedidos do movimento de Boicote, Desinvestimento e Sanções a Israel (BDS), para cancelamento do show da dupla, que, segundo o BDS representaria uma foram de apoio à ocupação israelense dos territórios palestinos.

Em cartas enviadas em maio, o guitarrista do Pink Floyd Roger Waters, o cardeal sul-africano Desmon Tutu destacaram a admiração pelo trabalho de Caetano e Gil e do "histórico compromisso com a luta pela justiça, a liberdade e a igualdade".

Em alusão à última ofensiva militar em Gaza, eles lembraram que "o mês de julho marcará um ano do aniversário dos ataques israelenses contra Gaza durante os quais Israel matou mais de dois mil palestinos, incluídas 500 crianças".

"Mais de 100 mil pessoas permanecem sem lar por conta destes ataques", dizia a carta do BDS que foi publicada nas redes sociais.