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Festival interativo em SP apresenta inovações da arte eletrônica

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Quem passa pela sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, na Avenida Paulista, ou por algumas estações do metrô, pode conhecer a 16ª edição do Festival Internacional de Linguagem Eletrônica (File), que vai até 16 de agosto. O interessado pode fazer algumas experiências. Ele senta em um balanço, coloca um óculos 3D e então, por 40 segundos, é levado para um mundo virtual aquarelado de cores fortes. Quanto mais intenso o balanço ou quanto mais mexer sua cabeça, mais coisas irá ver desse mundo.

Ele também poderá interagir com o seu passado ao tocar, no centro de uma sala, com uma espécie de poste. Basta segurar no poste, dar alguns giros ao redor dele e parar, de repente, para ver o seu “eu” no passado, transmitido em uma tela gigante, com quem o seu “eu do presente” poderá trocar um aperto de mão.As duas obras são chamadas, respectivamente, de Swing e A Tail of Spacetime. O tema do festival este ano é The New E-Motion, ou seja, o movimento (motion) associado ao eletrônico (e-) que produz novas emoções.

Há 16 anos, o festival apresenta o que há de novo em poesias e estética da arte eletrônica em todo o mundo. Neste ano serão apresentados mais de 330 trabalhos como instalações, animações, jogos e videoarte, entre outros, escolhidos por meio de um edital. Além dos trabalhos, haverá 11 workshops com profissionais das áreas de animação e música. Todos os eventos são gratuitos.

“Existe uma produção criativa nesse universo, que são artistas que fazem uso dessas ferramentas para pesquisar e desenvolver seus trabalhos.  O universo digital e as ferramentas são hoje a mesma coisa que um pincel era no século 18. É uma ferramenta de criação que as pessoas usam, que é complexa - não é apenas código, mas também rádios e circuitos - usados não para um produto final de consumo mas para fins criativos”, disse Paula Perissinotto, idealizadora e organizadora do evento ao lado de Ricardo Barreto.Próximo à porta de entrada da sala onde a exposição foi instalada, o visitante irá se deparar com a obra Poppy, uma espécie de papoula gigante pendurada no teto que vai se abrindo e girando em torno do observador. Há também a obra A Time Capsule of Life, uma escultura feita de sacos plásticos que formam uma estrutura transparente, que vai enchendo de acordo com o movimento dos visitantes ou se esvaziando, quando a sala vai ficando vazia.

“Todas as obras foram escolhidas pela curadoria do festival. E esses trabalhos estão aqui representando aquilo que a gente acredita que hoje, neste momento, representam novas poéticas. Pode-se tanto vivenciar essas novas poéticas em uma interface como na obra Swing, do balanço, como também ao visualizar a obra Poppy, que é uma saia gigante que gira no seu limite de velocidade, no teto. Há várias formas de o espectador aproveitar e fluir dentro do espaço expositivo”, disse a idealizadora do evento em entrevista à Agência Brasil.

No dia da abertura ao público, na última terça-feira (16), o festival atraiu muitos estudantes, entre eles Matilda Brioschi, 19 anos, que cursa arquitetura. “Esta já é a terceira ou quarta [vez] que eu venho ao festival. É sempre muito legal e interativo. Ainda não vi tudo, mas gostei daquela flor no teto. São tecnologias que não estariam acessíveis e que se tornam acessíveis no File. Há um óculos aqui [em 3D] que não é acessível, mas aqui todo mundo pode experimentar”, disse.

Outros decidiram ir à exposição com a família, caso de Rodolfo Gunyas, 54, que trabalha na própria Fiesp e que visitou o local com a filha. “Não entendo muito desse negócio de mensagem eletrônica, mas aquilo que vi do 3D eu gostei. O balanço também é muito legal. Parece que estamos flutuando no ar ou voando”, comentou.