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Como a moda movimenta o turismo no Brasil

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O mercado de vestuário brasileiro vem se colocando como uma força capaz de atrair turistas de todo o Brasil. Parte considerável dos viajantes que se deslocam pelo país são motivados, especialmente, pela possibilidade de comprar. São turistas à procura de peças de vestuário, cama, mesa e banho e calçados, para consumo próprio ou revenda em seus destinos de origem.

A grande demanda se explica pela força do setor têxtil no país. O Brasil tem a quinta maior indústria do mundo e a quarta maior de confecções, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção. Além de produzir, o país também está entre os oito maiores mercados consumidores do segmento.

Os compradores são, muitas vezes, viajantes que gastam além daquilo que os turistas comuns normalmente gastam, que já não é pouco. Mesmo aqueles que viajam para conhecer um novo destino investem uma parcela significativa do orçamento da viagem para as compras, de acordo com uma pesquisa do Ministério do Turismo. A aquisição de produtos durante a viagem consome 12,7% do valor reservado ao passeio.

De acordo com o diretor do Departamento de Estudos e Pesquisas do Ministério do Turismo, José Francisco Lopes, esse gasto é significativamente maior quando o intuito principal da viagem é a compra. Outra boa notícia é que os viajantes aproveitam para conhecer o destino.

O estado de Santa Catarina concentra 15,4% dos produtores da cadeia têxtil brasileira, com 4.937 unidades de produção, conforme dados do Sindicato das Indústrias de Fiação, Tecelagem e do Vestuário de Blumenau – Sintex. A tradicional marca Hering, conhecida por suas malhas, por exemplo, está instalada em Blumenau e criou um museu da indústria que tem atraído visitantes.

A instalação conta a trajetória da família em uma casa tombada pelo Patrimônio Histórico do Estado. Por meio de roupas, fotos, documentos e peças publicitárias, é possível conhecer a evolução da indústria têxtil em Santa Catarina. Em 2014, o museu bateu recorde de visitantes, com mais de 13 mil pessoas. O museu também está entre as seis atrações mais visitadas em Blumenau pelo site Trip Advisor.

Na região Sudeste, o município de Nova Friburgo (RJ), colonizado pelos suíços, também ficou conhecido pela produção de roupas íntimas e roupas de ginástica. Na Ponte da Saudade e no bairro Olaria é possível comprar lingeries a bons preços. Em meio às compras pode-se degustar uma raclete (prato comum feito de queijos fundidos na Suiça), fazer ecoturismo nas cachoeiras e inúmeras trilhas da serra fluminense. Também na Serra Fluminense, a Rua Teresa, no município de Petrópolis, é um tradicional polo da indústria têxtil. São cerca de 1.200 lojas, a maioria de vestuário e de confecção própria, muito procuradas por visitantes que vêm de diversas partes para fazer compras.

Subindo para o Nordeste do país, no interior de Pernambuco, Caruaru, Toritama, Santa Cruz e Surubim formam um polo de confecções. Em Toritama, a 140 km do Recife, fica a capital do jeans, com 2.500 fábricas que produzem 16% da produção nacional. Segundo a prefeitura, no Parque das Feiras, onde fica concentrado o comércio local, dos 2 mil veículos que podem estacionar, 70% são de placas de outras cidades.