ASSINE
search button

Rio: "Choro do Anacleto" leva cultura popular para os domingos na Ilha de Paquetá

Compartilhar

O projeto "O Choro do Anacleto" levará ao quintal da Casa de Artes Paquetá, todo segundo domingo do mês, a partir das 13h, uma roda de choro eclética. Sempre um convidado especial, agregando músicos populares e eruditos num encontro, às vezes, inusitado. A entrada é franca e o público colabora com quanto puder para a alegria dos artistas.

A Casa de Artes Paquetá, local onde será realizado o projeto, na primeira metade do século passado, era uma chácara onde aconteciam grandes saraus e rodas de choro com os principais músicos do Brasil. Pixinguinha, Orestes Barbosa, Lamartine Babo, Sílvio Caldas, Radamés Gnatalli entre outros. Dona Ormy Toledo, antiga proprietária, era uma empreendedora cultural e via Paquetá como a Ilha das Artes, acreditando em um projeto cultural voltado para eventos musicais. No início da década de 90 a chácara é vendida. Em maio de 1999 passa a promover recitais, saraus e exposições - de certa forma um tributo ao trabalho iniciado por Ormy Toledo. A partir de abril de 2001, o local se transforma definitivamente em Centro Cultural, aberto à visitação e com programação permanente de eventos.

O Choro do Anacleto vem revitalizar a divulgação de um dos gêneros  mais importantes  da música brasileira na Ilha de Paquetá. O projeto conta com músicos expressivos do choro que vivem da Ilha de Paquetá, além de músicos convidados. A curadoria é do músico e pesquisador Oscar Bolão, produção de José Lavrador e Fernanda Vogas, todos moradores da Ilha de Paquetá.

O gaúcho Alessandro Kramer, conhecido como Bebê Kramer, é um dos nomes mais significativos da nova geração de acordeonistas. Uma das revelações da música instrumental do Brasil, Alessandro Kramer (seu nome de batismo), gaúcho de Vacaria, ganhou aos oito anos seu primeiro acordeom e se formou competindo nas californias nativistas até encontrar outros campos e outras músicas como as de Tom Jobim, Piazzolla, Hermeto, entre tantas outras influências. Aos 17 anos, já em Florianópolis, surpreendia como instrumentista e chamava a atenção, não só por tocar acordeão (instrumento pouco procurado pela maioria dos jovens), como por sua maneira de tocar. Hoje é reconhecido, no Brasil e no exterior, como o maior acordeonista de sua geração, tendo sido considerado pela crítica européia a revelação do Festival do Acordeon Mundial (Áustria), onde estava presente Richard Galliano, entre outros mestres do instrumento.

É essa gratidão ao Maestro Anacleto de Medeiros, que rege este projeto em homenagem ao semeador de bandas, multi-instrumentista, regente, professor e compositor. Anacleto de Medeiros, nasceu no ano de 1866 naIlha de Paquetá e faleceu em 1907.

Nascido na Ilha de Paquetá (1866-1907), Anacleto perseguiu a música desde muito jovem. Filho de escravaliberta, começou na música tocando flautim na banda do arsenal de guerra do Rio de Janeiro. Aos 18 anos, quando foi trabalhar na tipografia da Imprensa Nacional, já dominava quase todos os instrumentos de sopro, com predileção pelo saxofone.

Sua habilidade para organizar bandas e conjuntos musicais se manifestou cedo também, contribuindo muito para a fixação dessa formação no Brasil. Entre os operários da tipografia, fundou o clube musical Gutemberg. Em 1886, já músico formado pelo Imperial Conservatório de Música, fundou a Sociedade Recreio Musical Paquetense e mais tarde a Banda do Corpo de Bombeiros. Sob a regência de seu fundador, esta banda tornou-se célebre, chegando a gravar alguns dos primeiros discos produzidos no Brasil, nos primordios do século XX.

Como compositor, foi um dos mais expressivos da música brasileira, não propriamente pela quantidade, que chega a um total aproximado de cem títulos, mas principalmente pela beleza e simplicidade que suas composições transmitem, demonstrando criatividade e domínio quanto ao manuseio dos diversos elementos da linguagem musical, tanto “popular” (fluindo os requebros rítmicos, o plano modulatório característico da música urbana, a estrutura típica de cada gênero instrumental cultivado em sua época), quanto “erudita” (fazendo sobressair, com seu talento e sensibilidade de exímio orquestrador, um equilíbrio sonoro muito particular em suas peças), a ponto de afirmar seu talento no quadro musical do Rio de Janeiro.

SERVIÇO

O CHORO DO ANACLETO

Datas – Segundo domingo do mês – 12 de Julho

Local: Casa de ArtesPaquetá - Praça de São Roque, 31 - Paquetá - Rio de Janeiro – RJ

Tels: 3397 0517 – 3397 - 2124

Horários: a partir das 13h

Preço:  Entrada Franca ( contribuição voluntária)

Classificação: Livre