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Educação Integral Na Prática orienta programas de educação integral

 Plataforma compartilha experiências e oferece referências para gestores e equipes técnicas

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O que é preciso para estruturar um programa de educação integral? Com intuito de apoiar gestores e equipes técnicas na construção de políticas educacionais, o Centro de Referências em Educação Integral desenvolveu a plataforma Educação Integral Na Prática. Lançado nesta quarta-feira (10), durante o Seminário Internacional de Educação Integral: Práticas para uma Cidade Educadora, no Rio de Janeiro, o site apresenta estratégias e divulga boas práticas realizadas pela gestão pública no país e no mundo.

A plataforma traz conteúdos organizados em torno de dez eixos temáticos que compõem uma política de educação integral. Entre eles: comunicação e alianças, educação no território, infra e recursos, gestão intersetorial, gestão da escola, currículo transversal, rede de educadores, formação continuada, avaliação e monitoramento e financiamento.

Sem a pretensão de apresentar fórmulas prontas, são reunidos instrumentos de gestão, marcos legais, referências bibliográficas e exemplos de caminhos que foram percorridos por outros gestores e escolas durante a implementação de um programa de educação integral. A intenção é que cada município ou estado possa se orientar por esses exemplos, mas também leve em conta suas próprias necessidades na elaboração de uma estratégia mais adequada para a sua realidade.

“É muito importante entender que não existe uma única forma de fazer, ou um jeito correto de construir uma política de educação integral. Existem alguns princípios que são importantes, como a primazia do desenvolvimento integral, o sujeito no centro do processo e o foco no território, mas a maneira como isso vai acontecer depende de cada contexto. Nós procuramos fugir da ideia de solução única”, afirma Natacha Costa, diretora executiva da Associação Cidade Escola Aprendiz.

De acordo com Natacha, ao construir políticas de educação integral, um dos desafios que os gestores enfrentam é o de se apropriar da discussão. “Existe uma mudança bastante profunda e paradigmática na forma como entendemos a educação na educação integral.” Ao pensar na implementação de um programa, ela destaca dois elementos que são norteadores para esse processo: o currículo e o sistema de avaliação. “É preciso entender a formação que vamos oferecer e como faremos para acompanhar essas aprendizagens”, defende.

Ao acessarem currículo transversal, por exemplo, são apresentados aos gestores instrumentos e sugestões de como estruturar uma proposta de orientações curriculares. Em avaliação e monitoramento, também é possível contar com materiais de referência voltados para a criação de um plano de avaliação, metodologias, instrumentos de coleta de dados e estratégias de monitoramento.

Assim como nas outras dimensões apresentadas no site, dentro de cada eixo são encontrados exemplos de práticas que foram testadas em outras escolas. “O que a plataforma tenta mostrar é como outras experiências deram conta dos desafios”, explica.

Ao pensar em educação integral, conforme apontou Natacha, outro ponto fundamental é entender que ela não é uma política de gabinete. É importante construir um programa que garante a autonomia da escola e envolve os professores, os pais, os estudantes e a comunidade, como apresenta o eixo comunicação e alianças. “Reconhecer esses agentes como protagonistas e coautores de uma política de educação integral é fundamental.”

A intenção é que a plataforma Na Prática se torne uma ferramenta colaborativa, sendo alimentada de forma contínua com novos modelos e referências. “Esperamos que ela seja mais uma estratégia de fortalecimento de uma demanda pública da sociedade por uma educação integral”, diz Natacha.