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Celebrando 10 anos, CineOP homenageia o ator Milton Gonçalves

Mostra de Cinema de Ouro Preto acontece de 17 a 22 de junho

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Em 2015, a CineOP – Mostra de Cinema de Ouro Preto, que acontece de 17 a 22 de junho, comemora 10 anos de realização maior e mais convicta do seu papel - ser instrumento de reflexão e luta pela salvaguarda do patrimônio audiovisual brasileiro em diálogo com a educação e em intercâmbio com o mundo.

Nesta edição, a mostra tem como eixo temático a discussão em torno do acesso e da acessibilidade nos contextos da preservação audiovisual, pesquisa histórica e educação, já que um dos maiores problemas da sociedade brasileira é o acesso aos bens culturais por ela mesma produzidos. O patrimônio audiovisual, uma expressão em si mesmo, é um instrumento privilegiado de difusão dos conteúdos mais variados, não fossem os entraves ainda encontrados quanto à sua preservação física, inventário, estudo e qualificação histórica, conversão de formatos, suportes e padrões de novas tecnologias e inserção das obras audiovisuais junto aos mais diferentes públicos, incluindo pessoas com necessidades especiais de deslocamento e cognição e espaços educativos para além do mercado.

“O patrimônio cultural das imagens é um dos eixos mais importantes da memória e identidade sociocultural de um País. A CineOP representa uma frente única e singular no Brasil, que tem como bandeira histórica de suas edições pensar e refletir a preservação audiovisual numa ação conjunta e ampla com a sociedade, os profissionais do setor, acadêmicos e público com o propósito de elaborar diretrizes e estratégias necessárias para a guarda e acesso ao  nosso patrimônio cinematográfico”, afirma a coordenadora geral do evento e diretora da Universo Produção, Raquel Hallak.

Pioneira desde sua criação, em 2006, ao agregar valor de patrimônio à sétima arte, a CineOP tornou-se palco de encontros, discussões e decisões do setor de preservação, que clama por atenção e políticas públicas em um mundo hiperacelerado e tecnológico, que muitas vezes se esquece ou negligencia sua própria história.

Programação

A programação é estruturada em três temáticas de atuação: preservação, história e educação, com a oferta de uma programação abrangente e gratuita que inclui homenagens, exibições de 105 filmes (15 longas, 6 médias e 84 curtas, 41 deles realizados em contexto escolar) em pré-estreias e retrospectivas divididos em várias mostras temáticas: Contemporânea, Preservação, Histórica e Educação em 33 sessões de cinema. A edição deste ano conta, ainda, com oficinas, debates, Seminário, exposições, lançamento de livros e atrações artísticas em três espaços em Ouro Preto: Cine Vila Rica (plateia de 500 lugares), Centro de Artes e Convenções - sede do evento, que abrigará diversas atividades, além de receber a instalação do Cine-Teatro (plateia 510 lugares) e a Praça Tiradentes, que recebe a instalação do Cine BNDES na Praça (1000 lugares). 

Entre os títulos selecionados, o destaque é para as produções históricas, com um recorte que enfoca a temática desta edição: O Negro em Movimento. O mote estará representando na abertura do evento, com a exibição do longa A Rainha Diaba (Antônio Carlos da Fontoura, 1974). Também fazem parte da programação o curta-metragem Alma no Olho (Zózimo Bulbul, 1973) e os longas Também Somos Irmãos (José Carlos Burle, 1949), Ganga Zumba (Cacá Diegues, 1964), A Negação do Brasil (Joel Zito Araújo, 2000), ÔrÉ (Raquel Gerber, 1989) e Branco Sai, Preto Fica (Adirley Queirós, 2014). 

Outros filmes confirmados na programação são os longas "My Name Is Now, Elza Soares" (MG), de Elizabete Martins Campos; “A Paixão de JL” (SP), de Carlos Nader; e "Retratos de Identificação" (RJ), de Anita Leandro; todos na Mostra Contemporânea. Também integram esta seleção os médias "O Diplomata" (MG), de Fábio Carvalho e Flávia Barbal; "Joel e Gianni" (RJ), de Maria Rita Nepomuceno; e "Vitória F.C" (ES), de Vitor Graize e Igor Pontini; entre outros. Na Mostra Preservação, serão apresentados dois títulos míticos no imaginário cinematográfico brasileiro: "Limite" (1931), clássico de Mário Peixoto, em inédita versão restaurada pela Cinemateca de Bolonha; e "Antes o Verão" (1968), raridade de Gerson Tavares, também em cópia renovada, que terá a primeira exibição na 10ª CineOP.

Homenagens

Serão prestadas homenagens nos três diferentes eixos trabalhados pelo evento: ao ator Milton Gonçalves, na temática Histórica, à conservadora audiovisual Fernanda Coelho, na temática Preservação, e ao CINEDUC – Cinema e Educação, entidade sem fins lucrativos fundada no Rio de Janeiro, em 1970, na temática Educação.

Encerramento

As três áreas da CineOP convergem nesta edição em suas preocupações conjuntas para o aprofundamento da inserção do negro, do saber audiovisual e da preservação junto à sociedade brasileira. A 10ª CineOP se encerra no dia 22, com a apresentação, no Cine Vila-Rica, do Cine-Concerto Sons & Imagens, no qual o coletivo francês DoubleCadence vai executar a trilha sonora ao vivo de filmes dos Irmãos Lumiére (1895), de filmagens amadoras do Rio de Janeiro (várias famílias cariocas dos anos 1920 até os anos 80) e do curta "Douro, Faina Fluvial" (1931), do cineasta português Manoel de Oliveira, falecido em 2015 aos 106 anos de idade, num espetáculo inédito concebido especialmente para o evento.

A programação completa da 10ª CineOP e mais informações: www.cineop.com.br .