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Arquivo Nacional remonta exposição para comemorar os 450 anos do Rio

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A exemplo de outras instituições culturais da cidade, o Arquivo Nacional comemora os 450 anos do Rio de Janeiro com uma exposição, aberta ao público na última quinta-feira (26). Ao escolher a homenagem, a direção da instituição optou, em vez de conceber uma nova mostra, remontar Rio 1908: a Cidade de Portos Abertos originalmente Inaugurada em 2007, às vésperas do bicentenário da chegada da corte portuguesa ao Brasil.

A mostra reúne 114 imagens do Rio de Janeiro, entre desenhos e plantas originais da Comissão Construtora da Avenida Central (atual Avenida Rio Branco), documentos do arquivo privado do presidente Afonso Pena e do Ministério da Indústria, Viação e Obras Públicas. Também fazem parte da exposição iconografia presente em livros raros e uma série de estereoscopias da primeira década do século 20. Todo o material integra o acervo do Arquivo Nacional.

“Como se trata de uma mostra totalmente dedicada ao Rio de Janeiro, achamos interessante inseri-la na nossa programação das comemorações dos 450 anos da cidade, o que não significa que a instituição não oferecerá produtos inéditos. Uma outra exposição sobre o Rio está prevista para o segundo semestre”, disse Maria do Carmo Ranho, uma das curadoras da exposição. Ela ressaltou que a exposição exibe um material, em grande parte, pouco conhecido do público, e que a remontagem possibilita uma segunda chance aos que não visitaram a mostra anteriormente.

Em três módulos, o visitante pode ver como foi a  celebração do centenário da abertura dos portos, que ocorria no auge de uma onda de modernização que movia a elite nacional,  desejosa de integração ao progresso e afinada com os grandes centros mundiais. A República, ainda em suas primeiras décadas, associava-se desta forma aos eventos que 100 anos antes, em 1808,  prenunciaram a Independência do Brasil.

No início do século 20, o Rio de Janeiro se modernizava  pela mão de arquitetos como Adolfo Morales de Los Rios e Heitor de Melo, pela abertura da Avenida Central, de outras ruas largas e pelas fachadas nos estilos art-nouveau e eclético. O porto era ligado ao centro, doenças eram combatidas e a população trabalhadora migrava da área central para a periferia.

Para comemorar o centenário da abertura dos portos, organizou-se uma exposição comemorativa na Praia Vermelha, com pavilhões, restaurantes de luxo, parque infantil, grupos posando para fotografias, mulheres de anquinhas e homens de traje completo. Como pano de fundo,  a paisagem do Rio.

Para a curadora, as cidades são sempre dinâmicas e estão em constante transformação e não apenas nos grandes momentos comemorativos, como no Rio de 1908 e no de agora, que festeja seus 450 anos e se prepara para sediar as Olimpíadas. “O Rio sofreu e sofre constantes mutações em seu tecido urbano. O que a mostra deseja suscitar é um interesse pela reflexão acerca dessas diferentes transformações”, disse Maria do Carmo Rainho.

Rio 1908: a Cidade de Portos Abertos  fica em cartaz até 31 de julho e pode ser visitada de segunda a sexta-feira, das 9h às 18h, com entrada franca. O Arquivo Nacional está localizado na Praça da República, 173, no centro.