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I Congresso Brasileiro de Dramaturgia reúne teatro, cinema e TV

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Os caminhos da dramaturgia brasileira serão discutidos no 1 Congresso Brasileiro de Dramaturgia, que se realiza nos dias 3 e 4 de dezembro, na Firjan, no Rio de Janeiro. O evento reúne profissionais atuantes no teatro, cinema, TV e internet e tem inscrições gratuitas, pelos sites www.congressodramaturgia.com.br e www.firjan.com.br (RJ).

Ivam Cabral, Aderbal Freire-Filho, Lauro Cesar Muniz, Samir Yazbek, Alcides Nogueira, Rubens Rewald, Marcílio Moraes, Carol Kotscho, Mario Sergio Medeiros, Bráulio Mantovani, Ricardo Hofstetter e são alguns dos nomes confirmados.

A ideia é debater temas centrados em questões estéticas acerca da escrita dramatúrgica na contemporaneidade, além da profissionalização da categoria, Lei do Direito Autoral e políticas públicas. Outro fator são os pontos de convergência entre a dramaturgia e os roteiros elaborados, embora utilizem linguagens diferentes de apresentação. Por isso, o Congresso é voltado para dramaturgos, roteiristas, cineastas, atores, diretores, escritores, advogados da área, agentes literários, professores e estudantes de dramaturgia e audiovisual.

O I Congresso Brasileiro de Dramaturgia chega para potencializar questões estéticas relacionadas ao universo da criação artística e legitimar discursos e pensamentos antes dispersos em conversas informais ou seminários independentes, comenta Ivam Cabral, um dos articuladores do evento, diretor executivo da SP Escola de Teatro e presidente da ATO - Associação dos Amigos dos Autores Teatrais.

Ivam acredita que, ao reunir tantos nomes referenciais do segmento, o encontro traz a possiblidade de compreender melhor a dramaturgia brasileira contemporânea e antecipar os novos desafios e tendências. “Além do debate criativo, vamos abordar tópicos essenciais na compreensão do sistema político que rege legalmente esse universo, disse.

O novelista e dramaturgo Lauro César Muniz, um dos palestrantes, interpreta o Congresso como um momento em que os dramaturgos e roteiristas deixam seus gabinetes, rompem com o habitual isolamento para bradar, em voz alta, suas reivindicações profissionais”. E conclui: Sem os autores teatrais, sem os roteiristas de cinema e televisão, atores e atrizes perdem suas vozes.

As mesas de debate do Rio de Janeiro pretendem ser não apenas uma extensão, mas uma sequência do congresso: novos temas serão debatidos, já que haverá a inclusão de duas mesas inéditas, ampliando as reflexões e propostas analisadas em São Paulo.

Aderbal Freire-Filho, diretor da Sociedade Brasileira de Autores (SBAT), conta que o atual congresso de dramaturgia não é o primeiro, já que participou de outros encontros “não oficiais”, inclusive com João Bethencourt e Millôr Fernandes.

Mas é o primeiro congresso de todas as dramaturgias. E como dizer todas as dramaturgias é compreender a dimensão verdadeira da dramaturgia no século XXI (depois, por exemplo, de Ibsen, que não tinha como escrever roteiros para o cinema e TV), esse congresso é mesmo o primeiro. A dramaturgia hoje constrói filmes, telenovelas, séries,  minisséries, documentários e até (ou ainda) espetáculos de teatro. E sei lá quantos edifícios mais, cênicos, dramáticos, elásticos, plásticos... Então, esse é o primeiro congresso de dramaturgia, no Brasil, que quer juntar todos os dramaturgos, da TV, do cinema, de todas as formas de audiovisual e do teatro. É um momento histórico, como foi histórico o momento em que Oduvaldo Vianna, Bastos Tigre, Viriato Correa, Chiquinha Gonzaga e outros colegas nossos fizeram um congresso, em 1917, que marcou a maioridade dos dramaturgos brasileiros, comenta Aderbal Freire.

Realizado em parceria com a Associação de Roteiristas (AR), Associação dos Artistas Amigos da Praça (ADAAP), Associação dos Amigos dos Autores Teatrais (ATO), o Centro Brasileiro de Entidades Culturais (CBEC) e a Sociedade Brasileira de Autores (SBAT), o Congresso tem ainda o objetivo de ajudar na recuperação da SBAT. A renda arrecadada durante sua realização será destinada à instituição.

Sobre as inscrições

A entrada é gratuita, sujeita à lotação. As vagas são limitadas a 60 pessoas por dia. Obs:não será permitida a entrada de pessoas de bermuda. 

Serviço

I CONGRESSO BRASILEIRO DE DRAMATURGIA 

RIO DE JANEIRO

Sede do Sistema FIRJAN.

Endereço: Local: Av. Graça Aranha, 1, 13º andar, Centro 

PROGRAMAÇÃO RIO DE JANEIRO 

3 de dezembro -  Quarta-feira                    Firjan

14h      EXISTE UMA CRISE CRIATIVA NA DRAMATURGIA BRASILEIRA?

Alex Giostri - Dramaturgo e editor;

Alessandro Toller - Dramaturgo e formador do curso de Dramaturgia da SP Escola de Teatro;

Jô Bilac Dramaturgo;

Mediac?a?o: Ivam Cabral: Ator, dramaturgo e diretor executivo da SP Escola de Teatro

A mesa pretende levantar questões sobre a produção contemporânea. Existe uma crise criativa nos dias de hoje? Como se coloca a escrita cênica nos coletivos teatrais? O número de espetáculos baseados em textos de autores brasileiros é suficiente?

No início do século XXI, os meios de comunicação e a cena teatral colocaram o dramaturgo novamente em foco nos processos criativos. Depois da era dos encenadores”, o surgimento de novos dramaturgos, com propostas e estéticas variadas, estimularia a inovação da cena brasileira. O papel da tradição literária no teatro, os reflexos do boom de novos autores e tipologia dramática contemporânea serão alguns dos temas dessa mesa de debates. 

16h30 ENSINO DA DRAMATURGIA E DA TELEDRAMATURGIA

Marici Salomão - Dramaturga e jornalista;

Samir Yazbek - Diretor e dramaturgo;

Tania Brandão - Professora e crítica de teatro;

Mediação: Marcio Aquiles: Escritor e crítico de teatro

A principal finalidade da mesa é abordar o crescente número de cursos de dramaturgia por todo o país e os métodos pedagógicos utilizados nos principais centros, como a SP Escola de Teatro, o Ncleo de Dramaturgia Sesi/British Council, o Teatro-Escola Célia Helena e o Centro de Dramaturgia Contemporânea, entre outros. As diferenças e semelhanças entre dramaturgia teatral e televisiva serão investigadas.

A inserção do Dramaturg (dramaturgista) como tópico de estudo também será alvo de discussão. A função tem múltiplos sentidos e agrega tarefas variadas, como a criação ou adaptação de textos que possam servir de base para o espetáculo, a escolha do repertório de uma companhia, o desenvolvimento dos códigos estéticos da montagem etc. O caráter híbrido do dramaturgista, que a grosso modo situa-se entre o dramaturgo e o diretor, será objeto de ponderação no campo da pedagogia dramatúrgica.  

4 de dezembro - Quinta-feira                     Firjan

14h      DRAMATURGOS E ROTEIRISTAS – PONTOS DE CONVERGÊNCIA

Aderbal Freire-Filho - Dramaturgo, ator e diretor, presidente da SBAT;

Lauro Cesar Muniz - Dramaturgo, autor de novelas e roteirista;

Carla Faour - Atriz e dramaturga;

Mediac?a?o: Ricardo Hofstetter: dramaturgo, roteirista, presidente da AR - Associac?a?o de Roteiristas

As estratégias para o desenvolvimento profissional e artístico dos autores teatrais, teledramaturgos e roteiristas cinematográficos serão os principais temas de discussão nesta mesa de debates. Cada vez mais, os contornos que definem cada atividade perdem a nitidez, diante dos processos criativos contemporâneos híbridos e das novas plataformas instauradas. Novas formas de associação entre essas categorias serão analisadas. 

16h30  FORMAS DE ESCRITA DRAMATÚRGICA NA CONTEMPORANEIDADE

Aimar Labaki: Diretor, dramaturgo e ator;

Daniela Pereira de Carvalho: Jornalista e dramaturga;

Marcia Zanelatto: Dramaturga;

Mediação: Sérgio Fonta: Ator, escritor, diretor e dramaturgo;

Se o verbo não vem mais só da palavra, se o drama não é mais a gramática teatral dominante, como realizar a escritura cênica? A mesa pretende trazer à discussão a validade epistemológica do conceito de pós-dramático, expressão e fundamento popularizados pelo teórico alemão Hans-Thies Lehmann em sua obra. O livro “Teatro Pós-dramático” tornou-se referência teórica e prática tanto por acadêmicos quanto por diretores e dramaturgos no Brasil, portanto iremos analisar os aspectos positivos e negativos desse legado.

As formas dramatúrgicas dentro do universo performativo serão outro tema de reflexão. Quais são os procedimentos que regem o texto (verbal, físico, cenográfico) em uma performance ou happening? Como o dramaturgo pode instaurar processos singulares dentro desses “novos” sistemas cênicos? Mais do que responder a esses questionamentos, os palestrantes irão propor possibilidades de ação e compreensão diante desses fenômenos.