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"Máquina de Dançar" estreia neste sábado, no Teatro Sérgio Porto

Dupla celebra 20 anos com instalação onde a dança dialoga com escrita e artes visuais

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Neste sábado (29), o Teatro Sergio Porto recebe a instalação-espetáculo Maquina de Dançar, que vai até segunda-feira (1). O evento, contemplado pelo Programa de Fomento à Cultura, da Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro, é o novo fruto da parceria entre as criadorasThereza Rocha e Maria Alice Poppe.

Nesse espetáculo, o espectador é peça-chave deste funcionamento, uma vez que a máquina, uma instalação de 80m², torna-se viva quando ele percorre os sete espaços-objetos que compõem sua estrutura – e nos quais  dança, artes visuais e literatura, entre outras linguagens artísticas, mesclam-se. A Máquina de Dançar fica na galeria superior do Espaço Sérgio Porto. Ao todo, 10 espectadores poderão assistir a instalção espetáculo em sessões de 50 minutos, ao longo de seis horas ininterruptas.

Com a instalação, Thereza e Poppe coroam uma parceria iniciada 20 anos atrás, quando a hoje consagrada Faculdade Angel Vianna era conhecida como Espaço Novo. De lá, saíram para a Staccato Cia de Dança (hoje Staccato/Paulo Caldas), em cujos espetáculos Maria Alice dançou e dos quais Thereza foi diretora assistente.

Desde então, a parceria só cresceu e fez com que alçassem outros voos: o solo “Código fonte”, dançado por Poppe e do qual Thereza agiu como dramaturgista, saindo dos bastidores no ano seguinte, quando divide com Poppe a cena de “3 mulheres e um café”, no qual homenagearam a coreógrafa Pina Bausch. A empreitada rendeu à dupla o Prêmio de Dança Klauss Vianna, da Funarte. Tudo muito bom, mas outros caminhos esperavam por elas.

Se “Máquina de Dançar” coroa uma parceria de duas décadas, ela resulta de questionamentos comuns às duas. O trabalho no palco é gratificante, e elas sabem disso, mas essa relação do espectador com o que é visto começou a intrigá-las. “Isso de o corpo de quem dança ser contemplado em uma dramaturgia cênica contínua, como um todo, tem seus méritos, mas por que não compor apenas com partes desse todo, numa visão que é oferecida e também desoferecida?”, questiona Thereza. Em comum, a pergunta: o que acontece com a dança quando ela se dá sob outros modos de composição e de fruição?

Tais questionamentos levaram-nas a caminhos acadêmicos complementares. O vídeo “Dança dos ossos”, exibido em um dos espaços de “Máquina de Dançar”, é fruto, por exemplo, do mestrado de Poppe em Artes Visuais. Mas as investigações extrapolaram a academia. E “Máquina de dançar” tem seus pilares no estudo de diferentes pensadores. “Parafraseando Marcel Duchamp, a questão era como dançar e ao mesmo tempo evitar a velha forma de dançar”, explica Poppe, garantindo em seguida: “Nossa ideia foi indagar a coreografia, sem abrir mão da composição”.

A arquiteta Carolina Poppe integrou a longa fase de estudos de preparação e assina a direção de arte da instalação. A obra ganha, ainda, a colaboração de outros criadores como o iluminador Tomás Ribas e o compositor Tato Taborda, responsável pelo que as artistas chamam de “paisagem sonora”. E, afinal, o que acontece com a dança quando ela se dá de outras formas? Só mesmo indo ao Sérgio Porto para saber.

 Serviço:

Temporada: de 29/11 a 01/12

Horários: das 12h às 19h

Sessões de 50min iniciando a cada hora

Local: galeria superior do Espaço Municipal Sérgio Porto (R. Humaitá, 163. Tel: 2537-9708)

 Capacidade: 12 espectadores por sessão

 Entrada franca

 Classificação: 12 anos