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FLUPP encerra terceira edição com grande final do I Rio Poetry Slam

Festa literária recebeu cerca de 20 mil pessoas em cinco dias de evento 

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Debates, oficinas, performances poéticas e shows, esse foi o resumo da FLUPP - Festa Literaria Internacional das Periferias que invadiu a Mangueira na ultima semana. Ponto alto das atividades, o I Rio Poetry Slam, competição de poesia falada, teve a final no fim da noite de domingo (16) e nomeou o poeta inglês Keith Jarrett como o vencedor da primeira edicao da disputa na America do Sul. O evento, apresentado por BNDES, Petrobras, Secretaria de Estado de Cultura e Secretaria Municipal de Cultura, tem patrocínio do Itaú e apoio do Firjan/SESI Cidadania, Instituto C&A, British Council, Instituto Cervantes, Goethe Institut, Faetec, Secretaria Municipal de Educação, UERJ, IFF, e dos consulados Italiano, Suíço, Português, Francês e Americano.

As atividades da FLUPP Parque fizeram as crianças e os jovens viajarem por mundos ate então desconhecidos. Diversos temas, como a cultura africana e os rituais indígenas, promoveram um intercâmbio de informações entre o publico presente na festa. Na mesa "Por uma literatura sem fronteiras", com o brasileiro Rodrigo Lacerda e a espanhola Nuria Barrios, os autores trataram sobre como a literatura nao tem nacionalidade e ultrapassa qualquer barreira. Na oficina de pintura de urucum com a índia Ayani Huni Kuin, todos saíram da Tenda Oriquis com os rostos e bracos pintados seguindo a tradição indígena. No mesmo espaço, o publico infanto-juvenil pode conferir diariamente uma batalha de esquetes com os atores da Cia Completa Mente Solta.

Na programação adulta, a performance poética criada pela britânica Hannah Walker, "Poesia para viagem", formou fila entre as barraquinhas montadas na área de convivência do evento. Todos aguardavam ansiosamente para levar um poema personalizado escrito pelos poetas presentes no evento, como o britânico Chris Redmond, o português Alexandre Diaphra e o brasileiro Samuel Borges e também da própria Hannah. Todos ouviam atenciosamente as historias contadas por cada participante da atividade que movimentou os corredores da FLUPP. As oficinas de escrita criativa ficaram lotadas. Com publico vindo de diferentes regiões da cidade, como a estudante Gabriela Souza que veio de Niteroi para desenvolver e aprimorar ainda mais seu texto com o poeta inglês Keith Jarret. "Ter a oportunidade de aprender um pouco mais com um autor que você admira, e ainda de graça, e maravilhoso!", declarou Gabriela. 

Na sexta (14), os autores Enrique Coimbra, Felipe Boaventura e Raquel Oliveira debateram sobre a cena literária das periferias na mesa "Clandestinos da Palavra". A participação do publico com perguntas e comentários esquentaram a Tenda Quilombismo que recebeu mais de 50 autores durante os cinco dias de evento. Na manha de domingo, a área de convivência  recebeu autores de periferias de diversas cidades brasileiras para o do livro FLUPP Novos Autores, resultado da FLUPP Pensa 2014, que selecionou 45 textos que abordam a realidade e as experiências vividas nessas regiões. 

Ser um espaço para formação de novos leitores e autores na periferia das grandes cidades brasileiras é um dos objetivos da FLUPP - Festa Literária das Periferias. O evento   gratuito, que teve sua terceira edição em 2014, funciona como uma plataforma para novas narrativas decorrentes das políticas públicas implantadas nas favelas e busca revelar uma nova realidade em curso no país. "A receptividade do publico os reafirma as mudanças realizadas nas periferias por essas políticas, nas duas últimas décadas. Isso só vai se consolidar quando o Brasil se tornar uma sociedade de leitores. Este é o destino das principais democracias do mundo", explica Julio Ludemir, um dos idealizadores do evento, que já ocorreu no Morro dos Prazeres (2012) e em Vigário Geral (2013).