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Oficina discute novos meios de buscar recursos para produção de filmes

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Durante dois dias, pessoas de diferentes partes do Distrito Federal reuniram-se em uma oficina no Sesc Ceilândia para discutir novos meios de buscar recursos e de fazer cinema de baixo custo no Brasil. O objetivo do curso, que terá nova turma segunda e terça-feira (22 e 23) é descobrir como pôr em prática projetos cinematográficos, sem depender apenas de editais ou apoio governamental. A oficina faz parte da programação do 47º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro.

Os inscritos no curso tiveram, em dois dias, oito horas de troca de experiências com o produtor e diretor Cavi Borges. Segundo o cineasta carioca, a oficina tem como base seus próprios trabalhos. Ele cpmta que, na falta de apoio, buscou outras formas de financiar seus projetos. “Resolvi não esperar e criar um jeito próprio, alternativo, para burlar a burocracia e a falta de apoio que existe em todo o país. A produtora de Borges tem cerca de 50 colaboradores.

Mas, afinal, como conseguir as verbas? De acordo com ele, a matéria prima para esse tipo de trabalho é a parceria. Ao longo de dez anos, dos mais de 150 filmes feitos por ele e sua equipe, apenas quatro tiveram patrocínio convencional. “O curso ensina como juntar esse dinheiro? Nos meus filmes, faço parceria com canais de televisão e tem também o crowdfunding [financiamento coletivo], em que se pede dinheiro em troca de uma contrapartida. Se der R$ 50, ganha um DVD autografado. Se der R$ 100, participa de um dia de filmagem”, explica. As ideias não param por aí, diz Borges. “Não tem uma fórmula. Ficamos pensando em maneiras alternativas.”

A ideia é mostrar, principalmente para quem está começando, que existem outras maneiras de colocar projetos em prática, sem desanimar, nem desistir de fazer cinema, acrescenta o cineasta. Com debates, troca de ideias e experiências e atividades em grupo, os participantes foram conhecendo essas possibilidades.

Um dos 11 participantes da oficina, o produtor audiovisual Walter Sarça  saiu motivado do curso e satisfeito porque, além das ideias trazidas, conheceu outras pessoas. “No grupo havia muita gente talentosa e de áreas diferentes, que agregam possibilidades de produção de pequeno porte e com muita qualidade.”

A cineasta independente Mari Campelo, que produz filmes com pessoas de todo o Distrito Federal, saiu da oficina com boas ideias. “O curso trouxe uma experiência muito vasta, acrescentou muita coisa, apesar da realidade dele [Cavi Borges] ser o Rio de Janeiro. Dá para viver de cinema, buscando outras formas [de captar recursos], tentando ser criativo. E agora posso passar esse conhecimento adiante.”

Cavi Borges dá outra dica: ficar de olho nas novas tecnologias é importante. “Quando o curso acaba a galera fica estimulada, empolgada, querendo fazer, vendo que é possível. Só é preciso pensar outras formas, ficar atento”. Essa foi a primeira turma a debater o tema.